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Das tragédias, lições a serem aprendidas
Domingo, 03 de Janeiro de 2010 Enviar por e-mail Versão para Impressão acessos
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Uma sucessão de tragédias calou, no silêncio de vidas interrompidas, a rajada de fogos que saudava o Ano Novo. A morada da dor fez-se de vítimas fatais, feridos e desabrigados por causa de soterramentos, deslizamentos de terra, vastas inundações, destruição de cidades, estradas bloqueadas ou operando em situação precária.

Foi mais um manifesto da natureza que revidou as contínuas agressões sofridas pela ilimitada ganância de muitos sem os devidos freios por parte de algumas autoridades. Infelizmente, fenômenos naturais não elegem destinatários. O ônus do descaso ambiental recaiu indistintamente sobre famílias a quem externo profundos sentimentos de pesar e plena solidariedade.

Em que pesem o sofrimento e a comoção que atordoam a lógica, é preciso usar a racionalidade. Quem ignora o passado, não aprende com o presente e desperdiça a chance de evolução, comprometendo o futuro. Sociedade e Poder Público tem de agir juntos, e rápido. Implica adotar medidas firmes e objetivas para coibir ocupações irregulares – em especial, a ação inescrupulosa de especuladores que se aproveitam da boa fé de gente pobre para vender ilegalmente áreas de várzeas –, desmatamentos e intervenções desmedidas nas encostas de serras, associadas a reformulações de infra-estrutura e melhor capacitação dos agentes públicos encarregados de ações preventivas, principalmente as equipes de Defesa Civil.

Em outras palavras, eliminar – tanto quanto possível – os riscos de outras tragédias idênticas. Só no Estado de São Paulo, as fortes chuvas afetaram 111 municípios, colocaram 19 em situação de emergência e outros dois em estado de calamidade pública. Segundo a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, foram 43 mortos e 27 feridos. Uma pessoa continua desaparecida no Vale do Paraíba. Boletim divulgado hoje informa que há 3.197 desabrigados – aqueles que perderam tudo e dependem de abrigos públicos – e 15.858 desalojados – que contam com ajuda de familiares e vizinhos. Vale lembrar que o verão está apenas começando...

Paralelamente, é vital amparar os municípios atingidos pelas catástrofes. Com receitas miúdas, a maioria jamais poderá se recuperar sem ajuda financeira do Estado e da União. E o que será de seus habitantes? É o povo que perdeu seu lar, seus pertences, sua cidade – e, com ela, sua capacidade de sustento.

Veja só a situação de Guararema, no Alto Tietê, e de cidades do Vale do Paraíba, como Cunha e a histórica São Luiz do Paraitinga – as duas mais prejudicadas em São Paulo e em estado de calamidade pública. Esta última parece ter sido atingida por um furacão. Balanço realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) aponta cerca de 300 imóveis danificados pelas enchentes. Destes, pelo menos 40 eram tombados pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado).

Junto com a destruição de equipamentos públicos, da infra-estrutura urbana e de exemplares arquitetônicos dos séculos 18 e 19, São Luiz do Paraitinga teve mutilada sua principal fonte de arrecadação – o turismo. Famílias desabrigadas perderam, além do lar, seu ganha-pão.

O mundo perdeu boa parte da cultura instalada em cada palmo da cidade histórica. E isto tudo tem de ser resgatado, sob pena de extinguir a memória, um patrimônio da humanidade. Será uma tarefa árdua. Requer investimentos e técnicos qualificados para ações que vão além do que os olhos veem.

A alma de uma cidade é o seu povo. E o povo de São Luiz do Paraitinga sofreu um duro golpe em sua auto-estima. Tem de ser tratado e curado. Só assim o município estará integralmente restaurado para acolher, encantar e aculturar os visitantes, como tão bem fez até a catástrofe. Felizmente, o espírito de solidariedade não foi levado pelos temporais. Vale conferir o fabuloso esforço de equipes de rafting, que se valeram de habilidades e equipamentos de lazer, para salvar vidas: www.paraitinga.com. É a sociedade fazendo a sua parte.
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