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  ENTREVISTA    
Mogi News |  07/02/2010
Carreira sólida e muitas histórias para contar

As 24 horas do dia precisam ser multiplicadas por dois para o jornalista Roberto Viegas do Nascimento, de 45 anos, pois ele precisa conciliar dois papéis importantes: o de consultor de Comunicação e de pai e "mãe" de seus dois filhos: Rennan, de 15 anos, e Letícia, de 9.

Hoje, Viegas presta serviço de Assessoria de Imprensa para o Grupo Helbor, incorporadora de diversos empreendimentos em Mogi e em várias outras cidades do País. Sua carreira na área de assessoria já coleciona mais de 60 empresas e instituições atendidas em 15 anos de trabalho. Entre elas, Valtra, Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Mogidonto, Grupo Júlio Simões, NGK e Sindicato do Comércio Varejista de Mogi e Região (Sincomércio). Formado pela Universidade Braz Cubas (UBC) em 1985, o jornalista passou pelo jornal e pela rádio Diário de Mogi e pela rádio Excelsior, hoje CBN. Já entrevistou Ulysses Guimarães, Leonel Brizola e Enéas Carneiro, candidatos à Presidência da República em 1989.
Ele destaca os trabalhos em campanhas e assessorias políticas como uma das experiências mais importantes de sua vida, como os com o ex-governador de São Paulo, Luiz Antonio Fleury Filho, e a campanha à reeleição do ex-prefeito Junji Abe, em 2004. Defensor de um trabalho transparente, ele acredita que jornalistas que trabalham em Assessoria de Imprensa não são advogados de seus clientes e que, portanto, não devem maquiar informações nem escondê-las do interesse público, prática, segundo ele, "lamentavelmente comum na região".
A dedicação de Viegas também é ponto forte na vida pessoal. Em 2004, ele se divorciou e ficou com a guarda dos dois filhos, que são sua maior motivação. "Essa escolha me fez muito bem, porque eu não saberia chegar em casa à noite e não ver os meus filhos". Nesta entrevista, ele dá detalhes sobre esta jornada dupla, que o faz se sentir um homem realizado.

Mogi News: Onde nasceu e como veio para Mogi?
Roberto Viegas: Nasci na Penha, em São Paulo, e morei alguns anos em Poá, até que passei a cursar Jornalismo na UBC. Meus pais vieram da Paraíba, nos anos 60 e, como tantos outros, tiveram nos filhos a primeira geração de suas famílias com diploma de nível superior. Estudei em escola pública até chegar à universidade, onde me formei em 1985, como bolsista. Enquanto ainda cursava a faculdade, comecei a trabalhar no Diário de Mogi, no impresso e na rádio.

MN: Que fatos marcaram sua carreira como repórter?
Viegas: Sem dúvida, a tentativa de sequestro de um bebê de dois meses, no Alto do Ipiranga, em Mogi, em 1987. Um dia inteiro de negociações da polícia com dois ex-estudantes de Engenharia, que queriam fugir da cidade levando a pequena Thábata (Eroles) como refém, mas foram mortos pelo deputado estadual Roberval Conte Lopes. Eu era repórter de rádio e a transmissão parou a cidade. Jornalistas dos principais veículos de comunicação do País estavam aqui para cobrir o caso, que foi destaque em todos os noticiários naquela noite. Apesar de esfaqueada, Thabata foi salva. Morreu aos 20 anos, num acidente de carro.

MN: E na Imprensa de São Paulo, o que mais te marcou?
Viegas: Foi a cobertura da queda de um avião cargueiro da Transbrasil num bairro próximo ao Aeroporto de Guarulhos, deixando 25 mortos e mais de cem feridos. Eu trabalhava no Sistema Globo de Rádio e fui o primeiro repórter a chegar ao local. A poucos metros da tragédia, dentro da área limitada pela Aeronáutica, transmiti boletins para emissoras do País inteiro, afiliadas da Globo, e comandei a cobertura feita por outros repórteres pela rádio Excelsior, hoje CBN.

Outra forte lembrança é de quando tive a oportunidade de substituir o Heródoto Barbeiro, como âncora dos jornais da emissora e nas entrevistas da série da CBN "O que Pensam os Presidenciáveis", transformada em livro e que retratava a primeira eleição direta pós-regime militar, em 1989. Entrevistei Ulysses Guimarães, Aureliano Chaves, Leonel Brizola, Ronaldo Caiado e Enéas Carneiro.

MN: Como era a cobertura das eleições naquele período?
Viegas: Lembro-me que, após cobrir boa parte da eleição em São Paulo, no final do dia, o Heródoto Barbeiro e eu embarcamos para Brasília, onde era feita a totalização de votos. Nós nos revezávamos para transmitir os boletins com as parciais, processo que durava dias. Hoje, com a urna eletrônica, em pouco tempo já se sabe quem foi eleito.

MN: Como começou a trabalhar na política?
Viegas: Com estas coberturas políticas, passei a acompanhar mais de perto este tema. Tive dúvidas se deveria trabalhar na campanha do Fleury (Luiz Antonio Fleury Filho), que era secretário de Segurança Pública do governador Orestes Quércia e que quatro meses antes da eleição tinha 1% das intenções de voto para governador de São Paulo. Consegui licença na rádio e fui a campo conhecer um "país" chamado São Paulo. Viajei muito, conversei com muita gente, vi pobreza, paraísos em qualidade de vida e geração de riquezas e tecnologia. Conheci um rio Tietê milhares de vezes maior que a vala de esgoto que corta boa parte da Grande São Paulo. Comícios, discursos e centenas de entrevistas. Em muitos momentos, eu já tinha até decorado o que Fleury ia falar.

MN: E como foi a experiência no governo do Estado?
Viegas: Foi fantástico testemunhar fatos importantes da história do Brasil ao lado do governador Fleury. Na renúncia do Collor, em 1992, ele teve participação ativa no apoio ao presidente Itamar Franco para a montagem de sua equipe e anúncio das primeiras medidas do novo governo. Lembro-me que técnicos paulistas chegaram a desenvolver um programa de políticas sociais compensatórias para estimular a economia, discutido na primeira reunião ministerial.

MN: O que fez após sua passagem pelo governo Fleury?
Viegas: Permaneci na assessoria do ex-governador por mais um ano e meio e retornei à Imprensa por alguns meses. Entre 1997 e 2000, trabalhei na Câmara Municipal de São Paulo. Nos dois primeiros anos, assessorei o Nello Rodolpho, na Presidência. Havíamos trabalhado juntos na Rádio Globo e isso ajudou muito. Naquele período, implantamos a TV Câmara e editamos o livro que conta a história do Legislativo paulistano ao longo de quatro séculos. Foi o período mais conturbado da Câmara, devido à "máfia dos fiscais", denúncia de corrupção na administração municipal que envolvia assessores e até vereadores. Nos dois anos seguintes, assessorei o vereador Bruno Feder, que deixou a base aliada para ser um líder do movimento pró-impeachment do prefeito Celso Pitta, em defesa do vice Régis de Oliveira, que foi prefeito por 18 dias. Em 2004, trabalhei na campanha de reeleição do ex-prefeito de Mogi, Junji Abe.

MN: Como foi o trabalho com Junji Abe?
Viegas: Depois da campanha, fui coordenador de Comunicação durante todo o primeiro ano do segundo mandato. O Junji é uma pessoa muito organizada, prática, objetiva e muito focada no que busca. Estas são qualidades que aprendi trabalhando com ele. Só que, na época, eu tinha algumas limitações. Ele precisava de alguém para acompanhá-lo sempre e eu já não podia, tinha meus filhos, que cobravam tempo de mim. Conversamos e ele sempre me ajudava bastante no que podia. Mas acabei saindo e ele entendeu. Somos amigos até hoje.

MN: Qual é o maior desafio de um assessor de Imprensa?
Viegas: Saber trabalhar sob pressão sem perder a calma e que assessor de Imprensa não é advogado, por isso não tem de sair defendendo seu assessorado diante de uma situação de crítica ou de denúncia. Também é preciso estar preparado para buscar soluções de comunicação para situações previsíveis ou não. E o mais importante: a verdade é a maior aliada neste processo.

MN: Como concilia tudo isso à vida de pai e "mãe" de seus filhos?
Viegas: O segredo é otimizar o tempo. De manhã, os levo para a escola. Nesta cerca de uma hora que fico com eles, há diálogo. Eles contam coisas da escola ou ouvem o que tenho para dizer. Sempre que possível, almoço com eles também. Mas as pessoas me ajudam muito. Elas observam alguns momentos deles e me dão uns toques. Assim, os monitoro o dia todo.

MN: Como é fazer também o papel de mãe para a sua filha?
Viegas: No começo, era engraçado. Eu ia ao shopping com ela e não sabia se a levava no banheiro das mulheres ou dos homens. Como ela era pequena e precisava de um adulto acompanhando, eu tapava o olho dela e falava "filha, não olha nada até eu mandar". Mas agora ela já está maior, mais independente. Então, as coisas foram se ajeitando.
 
   



 
 
 
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