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Mogi News | 02/03/2010 |
Quem conhece o cotidiano e a rea-lidade de Mogi das Cruzes e de Suzano, dois municípios vizinhos, cujas áreas centrais estão sepa-radas por apenas 19 quilôme-
metros, e acompanha as ações públicas daqui e de lá, percebe uma enorme diferença: aqui, com acertos e erros, o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) administra; lá, há ausência total de comando, e a cidade, arrebentada pelas chuvas que caíram nos dois primeiros meses do ano, submerge no desgoverno da administração Marcelo Candido (PT).
Se aqui, o Mogi News estampa a implementação da nova política de transporte coletivo, com a construção de dois modernos terminais de integração, e há duas concessionárias que melhoraram consideravelmente os serviços nos últimos tempos; em Suzano, há apenas um elefante branco, um terminal situado no Parque Maria Helena, nas proximidades do viaduto Leon Fef-fer, e um sistema de transporte em frangalhos, com um monopólio caindo aos pedaços, com desserviços para todos os lados e nenhum esboço de providência administrativa.
Se, em Mogi, há a implantação da Lei Mogi Mais Viva, uma versão adaptada e melhorada da Lei Cidade Limpa, da capital, e panfletos que emporcalhavam as ruas começaram a ser tirados de circulação, assim como outdoors e fachadas, luminosos e placas aberrantemente afixadas, numa tentativa de oxigenar o urbanismo de uma cidade antiga que se moderniza; em Suzano, vale tudo para se colocar e tirar placas, toldos, outdoors e folhetos, não existindo absolutamente nada que coíba o deus-nos-acuda da poluição visual.
Se na chamada "terra do caqui", as chuvas fizeram estragos nos dois primeiros meses do ano, a ação da Prefeitura tem reparado rapidamente o que ficou prejudicado; na "Cidade das Flores", o que há um retrato de pós-guerra, sem qualquer ação da administração pública para amenizar os transtornos causados à população e ao desenvolvimento do município.
O Diário do Alto Tietê, jornal do Grupo Mogi News, estampou com propriedade o vácuo que deixa a administração Marcelo Candido, que embora tenha liberado R$ 10 milhões no início de fevereiro para aplicar em medidas de recuperação do efeitos das chuvas, absolutamente nada fez até agora. O retrato disso foi uma das fotos de capa da edição de sábado: um sofá colocado por moradores por sobre um buraco existente no meio da rua, num dos bairros da cidade, para impedir que carros e pessoas caíssem nele, serviu de assento para entrevistas do repórter Bras Santos com cidadãos indignados com o descaso do poder público.
Há, então, uma diferença gritante, que, no fim da década de 90, ocorria ao contrário, com Mogi parada no tempo, estagnada por uma administração isolada politicamente, coordenada por Waldemar Costa Filho, que, embora tivesse sido excelente prefeito em outros três mandatos, sucumbia no centralismo fora de moda, quando o mundo já apontava para a globalização e para o diálogo político, e, em Suzano, um polo crescente de desenvolvimento na penúltima gestão de Estevam Galvão de Oliveira, que, ligada ao governo estadual, obtinha investimentos e benefícios dos mais diversos, estampando o sucesso governamental num time de vôlei campeão brasileiro, e com sobras.
O tempo passou, em Mogi, Junji Abe teve oito anos de gestão com amplo saldo positivo, escancarando a cidade para novas empresas, e Suzano prosseguiu, embora com menos intensidade, avançando, primeiramente com uma nova gestão de Estevam e, depois, com o primeiro mandato, produtivo, de Candido.
De 2009 para cá, no entanto, o atual prefeito suzanense parou no tempo e no espaço, travado pelo ranço ideológico de sua equipe, num contraste com o empreendedorismo do chefe do Executivo mogiano, que refaz frentes, como a do transporte e do sistema viário, além de meter o dedo na ferida da saúde pública e construir escolas de tempo integral.
Há, então, um grande fosso entre a qualidade de gestão de Bertaiolli e o desgoverno de Candido. Louve-se o saldo mogiano dos últimos anos e lamente-se o andar de caranguejo de Suzano, cujo povo merece um governo melhor. |
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