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Mogi News | 01/04/2010 |
Publicado em 01|04|10
Editorial
Pés no chão
Os dados da mais recente pesquisa do Instituto Datafolha sobre a disputa pelo governo do Estado colocam o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) com larga dianteira. No cenário mais favorável, Alckmin tem 53% das intenções de voto. A pesquisa alternou os nomes de Eduardo Suplicy e Aloizio Mercadante como candidatos do PT. Eles aparecem com 19% e 13%, respectivamente. Celso Russomano (PP) tem 10%, Fabio Feldmann (PV), 3%, e Ivan Valente (PSOL), 1%. Paulo Skaf (PSB) tem 2% se for candidato. O PT, apesar do melhor percentual de Suplicy, fechou com Mercadante, que recebeu, no início da semana o apoio do primeiro.
O favoritismo de Alckmin, que vislumbra, inclusive, uma repetição do que ocorreu em 2006, com a eleição de um candidato tucano em primeiro turno, na época, com José Serra, parece ser importante para o Estado e, em particular, para Mogi das Cruzes.
Identificado com a cidade desde que assumiu o governo do Estado em definitivo, com a morte de Mario Covas, em abril de 2001, Alckmin iniciou e finalizou a duplicação da rodovia Mogi-Dutra (SP-88), o que provocou a abertura dos canais de desenvolvimento nos últimos cinco anos, amplificando visivelmente o processo de crescimento econômico no município, cuja marcha havia sido retomada quatro anos antes, a partir do início da administração Junji Abe (PSDB).
Alckmin também promoveu a reforma e ampliação do Hospital Luzia de Pinho Melo, além de ter autorizado uma nova gestão do estabelecimento, o que melhorou o atendimento médico da população.
Nos últimos anos, no comando da Secretaria de Estado do Desenvolvimento, Alckmin retornou a Mogi para inaugurar uma unidade da Fatec, no bairro Nova Mogilar, concretizando novas e importantes possibilidades no ensino técnico, formando desde então mão de obra qualificada para o parque industrial da cidade e da região.
Em suma: o ex-governador, provável candidato do PSDB ao governo estadual, tem ligações fortes e uma folha de importantes serviços prestados a Mogi, diferentemente de seus competidores mais diretos, como Aloizio Mercadante, Celso Russomanno e Paulo Skaf.
De Mercadante, o que sabe por aqui vem do noticiário nacional. E muitas das notícias não são animadoras. Quem não se lembra do escândalo dos aloprados, de 2006, quando assessores do senador petista foram pegos carregando malas de dinheiro para adquirir um dossiê contra os tucanos?
Mercadante também foi objeto da fúria da opinião pública ao ter utilizado o Twitter para anunciar sua posição favorável às investigações de eventuais irregularidades cometidas pelo presidente do Senado, José Sarney (PSDB), para depois, de maneira lamentável, voltar atrás porque foi pressionado a fazer o contrário pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
As vindas de Mercadante a Mogi foram todas eminentemente eleitorais, em visita a correligionários. Não houve até agora qualquer engajamento do senador em assuntos mogianos, como, por exemplo, uma posição contrária à instalação do Cadeião no distrito industrial do Taboão ou a discussão de alternativas para a destinação do lixo, cuja polêmica há anos está instalada no debate regional.
Agora, em busca de votos, Mercadante deverá aparecer e prometer, ao lado de outros candidatos, como Skaf, que, meses atrás, no palanque eleitoral armado pela entidade que preside, o sistema Fiesp/Ciesp, anunciou investimentos, que até hoje não se concretizaram. Russomanno, embora com bom percentual, deve se compor com o partido para as bandas do PT e de Mercadante, assumindo de vez o posto de dono do PP, legenda que pertenceu a Paulo Maluf.
Com tal cenário, parece ser aconselhável ao eleitorado mogiano prosseguir no caminho do bom relacionamento com o Executivo estadual, algo que veio ocorrendo gradativa e crescentemente desde Mario Covas, passando pelo próprio Alckmin, chegando a Serra, este com excelente relacionamento político com o prefeito Marco Bertaiolli (DEM). |
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