Cuidados e reflexão

Terça-feira, 17 de Março de 2020


Vigora a inquietante preocupação ancorada na gravidade da pandemia do coronavírus, o Covid-19. Em apenas 3 meses, 170 mil pessoas infectadas em 120 países, com o saldo de quase 7 mil mortes, e progressão geométrica. O vírus não conhece fronteiras nem barreiras sociais.

A maioria dos países vem tomando as medidas cabíveis. Na Coréia do Sul, por exemplo, a união entre governo e povo resulta em ações drásticas capazes de impedir a proliferação. No Brasil, infelizmente, ainda existe uma minoria fanática que descumpre as recomendações expressas do Ministério da Saúde.

Vale conclamar as pessoas a se conscientizarem do caos que essa doença contagiosa causa. E pedir que dispensem fake news! Acreditem em recomendações legítimas, vindas das autoridades de saúde, para nortear condutas!

Sem a pretensão de ser dono da verdade, proponho, humildemente, a análise da pandemia sob o ponto de vista espiritual. Será que a violenta contaminação não seria um aviso divino para uma revisão do comportamento humano? Afinal, a sociedade vive sob altíssimo teor de animosidade, alimentando sentimentos beligerantes, onde impera o egoísmo.

Não é curioso que a única forma de defesa contra o vírus seja a conduta individual? Ou seja, a atitude de cada um pode salvar ou até matar os outros? Sofremos com a falta de estadistas capazes de contagiar as pessoas na construção do caminho da conciliação, da compreensão, respeito e união. São elementos imprescindíveis não somente para a superação do coronavírus, mas também para a consolidação da necessária paz mundial.

Por mais dolorosas que sejam as consequências do coronavírus, lembro de provérbios ou ditados seculares. “Há males que vêm para o bem” ou “Depois da tempestade vem a bonança” são frases conhecidas que trazem grande aprendizado para quem se propõe a entender a profundidade do seu significado. Neste momento, que sirvam de uma luz de esperança na busca da igualdade, paz e amor entre as pessoas.

De forma cíclica, a humanidade é abatida por males inimagináveis. Em 1330, a peste negra matou 50 milhões de pessoas. A varíola, em 1896, causou 300 milhões de mortes. Para a tuberculose, em 1918, foram 1 bilhão de vidas perdidas. A malária, em 1980, levou outras 3 milhões. No ano seguinte, foram 22 milhões de mortos pela Aids. São uma amostra dos fatos em nossa história.

No campo espiritual, ouso afirmar que os males aparecem exatamente no sentido de despertar nas pessoas e no mundo a necessidade de construir ou reconstruir caminhos ou condutas permanentes. Tudo, com o objetivo de resgatar a humanidade do exacerbado sentimento de poder, riqueza, egoísmo e ganância, que geram prepotência, violência, intolerância, desrespeito, vaidade, maledicência e guerras, entre outros. É uma onda ruim que atinge todos os setores, públicos ou privados. Vamos fazer nossa parte, aprender as lições, ser humanos melhores e acreditar que o coronavírus também vai passar. #FocoeFé

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo


Junji Abe Deputado Federal