Bomba-relógio

Terça-feira, 08 de Junho de 2021


A imensidão de notícias preocupantes advindas de pessoas categorizadas, inúmeras instituições e da Imprensa mundial mexem tanto com nosso sentimento e brio que me sinto no dever de registrar esses fatos. A maioria das manifestações que destaco é do início de março passado. A Organização Mundial da Saúde expôs o Brasil como alvo na crise de saúde, gerada pelo novo coronavírus e suas variantes. Pode superar o recorde de mais de 5 mil óbitos em 24 horas e ruma para se tornar o país com o maior número de vítimas fatais.

O renomado neurocientista Miguel Nicolelis disse à Reuters que o Brasil é um reator nuclear, que entrou numa reação em cadeia e está fora de controle. “É um Fukushima biológico. É uma bomba-relógio e caminha para se tornar um dos piores do mundo em mortes pela Covid-19”.

O Institute for Heath Metrics and Evaluation, ligado à Universidade de Washington/USA, afirmou que o Brasil pode chegar a 563 mil mortes em 1º de julho, num cenário mediano, e a 598 mil, num cenário pessimista. Isto, pela falta de empenho do governo na aceleração da imunização e na ausência de medidas mais restritivas.

O jornal britânico The Guardian publicou um editorial em 5 de março, com o título “A visão do The Guardian sobre o governo – Um perigo para o Brasil e para o mundo”.

Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e professor titular de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP, aponta a “vitória do negacionismo” como reflexo da insuficiência de vacinas e de isolamento social. “Não temos a adesão nacional e um único discurso. Há um duplo comando da epidemia no Brasil, o da ciência e o do negacionismo”.

As notícias de março continuam bem atuais, repercutindo o Brasil fora de controle, desorganizado e incompetente mundialmente, no momento em que surge a 3ª onda, com crescimento de casos, internações, com óbitos se aproximando de 500 mil, e da variante indiana da Covid-19, muito mais contagiosa.

Pior, o presidente da República acionou o STF, no final de maio, contra os municípios que estão decretando lockdown para controlar a Covid-19. É um paradoxo inacreditável! Sem vacinas suficientes e campanha unificada pelo isolamento social e cumprimento dos protocolos de segurança, efetivamente, o Brasil é uma “bomba-relógio”. Mesmo com a Índia tendo ultrapassado nosso País nas últimas semanas.

E daí, o que fazer? Ora, em última análise, o governo é como se fosse a nossa família, o nosso lar. Portanto, o momento é de, com muita fé, civismo, patriotismo, gratidão e amor ao País, colocarmos as mãos na massa. Vamos, unidos e solidários, numa só direção, para contribuir com o êxito do isolamento social e o cumprimento rigoroso dos protocolos de segurança. À medida do possível, vamos ajudar as famílias necessitadas com doações de alimentos e outros itens elementares para aumentar o sucesso das restrições, como também atuar pelo reforço das fiscalizações e denúncias contra festas clandestinas e demais aglomerações, que são focos de disseminação da Covid-19. Bom senso e união fazem a força! #JuntosContraoVírus

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo


Junji Abe Deputado Federal