Guerreiros da inclusão

Terça-feira, 14 de Setembro de 2021


#JogosParalímpicosTóquio – Ouso fazer comentários que entendo serem pertinentes. Desde os primórdios, as relações humanas figuram como tarefa complexa de ser exercida sem ressentimentos. Iniciados em Roma, em 1960, os Jogos Paralímpicos vêm se fortalecendo e demonstrando ao mundo inteiro a importância da diversidade, por meio do esporte.

Tóquio sediou a edição mais recente. Muito mais que as inigualáveis façanhas transformadas em medalhas de ouro, prata e bronze, como resultado de dedicação integral de atletas, técnicos, voluntários e organizadores, o evento deixa o legado da importância da inclusão, superação, diversidade, fraternidade e justiça. São preceitos, infelizmente, ainda rejeitados por uma minúscula, porém barulhenta, parcela da população de diferentes países.

Para essa reduzida parcela radical, a saudável relação humana vivida por mais de 4 mil atletas de 131 países e aproximadamente 60 mil voluntários nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, apesar das dificuldades decorrentes da pandemia, hasteou uma enorme bandeira contra a malfadada intolerância racial, social, política, religiosa, de gênero, de toda ordem contra as pessoas portadoras de deficiência. Enfim, foi uma apoteose de inclusão, fraternidade e diversidade.

Nós, brasileiros, somos amantes da paz, da solidariedade e do amor. Porém, sempre teremos manifestações contra a diversidade. Aliás, como brasileiro descendente de imigrantes japoneses, conheço bem esses atos nocivos. Quando criança e jovem (1945-1970) e até como adulto, de vez quando, vivi a intolerância racial e social. Com os sábios ensinamentos de pais e avós, superei os infortúnios, conquistando respeito e reconhecimento que me motivam a aplaudir o povo brasileiro.

Sou um entusiasta da inclusão, da fraternidade e da diversidade. Lembro-me do sucesso do Fórum Nacional da Diversidade, que realizamos em Mogi das Cruzes em 2002, em nosso 1º mandato como prefeito. Coordenado pela competente secretária municipal de Educação, Profª Maria Geny Borges Ávila Horle, com apoio de todas as secretarias e cobertura excepcional do setor de Comunicação comandado pela eficiente Mel Tominaga, o evento lotou o Ginásio Municipal de Esportes Prof. Hugo Ramos. Foram mais de 5 mil pessoas assistindo às palestras sobre a importância da diversidade, além de prestigiar espetáculos de música, canto e dança. Modéstia à parte, Mogi deu um verdadeiro show de lição humanitária, que ficou registrado no País inteiro, numa época ainda desprovida de internet e rede social.

Com emoção e gratidão a todos aos atletas, organizadores, voluntários e demais participantes dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, destaco a ilustre figura do atleta paralímpico de natação, o gigante Daniel Dias, multimedalhista com 14 medalhas de ouro, 7 de prata e 6 de bronze, conquistadas em quatro edições consecutivas (Pequim/2008, Londres/2012, Rio/2016 e Tóquio/2021). Empunhando a nossa Bandeira do Brasil, ele foi aplaudido mundialmente, ao entrar no estádio olímpico de Tóquio, no encerramento dos Jogos. Para o nosso orgulho, Daniel representa a luta permanente pela inclusão, superação, fraternidade, diversidade e justiça! #VivaGuerreirosDaInclusão

(Foto: Alex Pantling/Getty Image)

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo


Junji Abe Deputado Federal