Sociedade

Brasil pede socorro contra as drogas

Em pronunciamento na tribuna da Câmara, Junji busca apoio dos parlamentares para agilizar a implantação do período integral nas escolas

22/03/2011




O deputado federal Junji Abe (DEM) usou a tribuna da Câmara nesta terça-feira (22/03/11) para defender agilidade na implantação do período integral nas escolas como meio de garantir que crianças e adolescentes tenham ocupação saudável com atividades culturais e esportivas, associadas ao ensino de melhor qualidade, e longe das ruas onde a ociosidade vira convite ao mundo da marginalidade e das drogas.

“Estamos efetivamente diante de um Brasil que pede socorro, tamanha é a demanda nessa área de proteção, principalmente às nossas crianças”, constatou o deputado, alertando que o narcotráfico, há tempos, deixou de ser um mal restrito aos “jovens às vésperas da maioridade” para infiltrar-se, cada vez mais, entre os estudantes do Ensino Fundamental e, sem dúvida alguma, também já atinge o público da Educação Infantil.

O tempo ocioso, fora do horário escolar, foi apontado por Junji como a principal alavanca para conduzir crianças e adolescentes às teias da marginalidade e transformá-los em alvos fáceis para o crime organizado. Segundo o parlamentar, a legislação brasileira registrou avanços nos dispositivos para proteção do menor, especialmente, a proibição do trabalho para quem tem menos de 14 anos de idade.

Entretanto, observou ele, faltou assegurar a ocupação saudável que seria propiciada com a implantação do período integral nas escolas.
De acordo com o deputado, os efeitos negativos da ociosidade têm maior ressonância “num país emergente, continental, onde a desigualdade impera na sociedade, com a maioria das famílias pobres, numerosas e sem condições” de oferecer ocupação aos filhos fora do horário escolar.

Com o discurso, proferido no chamado Pequeno Expediente, Junji tentou sensibilizar os parlamentares para apoiarem maior agilidade na implantação do período integral nas escolas. Explica-se: uma das metas do PNE – Plano Nacional da Educação 2011-2020 prevê que a medida atenda 50% dos estabelecimentos públicos de ensino até 2020. O deputado entende que “é muito pouco implantar o período integral em apenas metade” das escolas públicas até 2020. Segundo ele, a medida é importante demais para ter um avanço tão lento.

Para justificar o apelo, Junji citou os resultados latentes gerados em localidades onde a medida já avançou. É o caso de Mogi das Cruzes. Ele comentou que uma série de ações para elevar a qualidade do ensino público, adotada a partir de 2001, possibilitou a seu sucessor, o atual prefeito Marco Bertaiolli (DEM), implantar o período integral em 30% das escolas municipais.

Ao mesmo tempo, pontuou Junji, a implantação do período integral nas escolas precisa estar associada à pratica de uma consistente política de valorização dos profissionais da Educação. “Em Mogi, o período integral tem funcionalidade e produz excelentes resultados porque está pautado no amparo aos educadores. É uma filosofia que inclui desde remuneração digna até programas de aperfeiçoamento”, descreveu. Na visão do deputado, “é impossível que apenas quatro horas de aulas por dia proporcionem formação mínima para os futuros cidadãos deste País”.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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