Junji propõe soma de esforços

Acolhendo sugestão do deputado, paulistas descendentes de japoneses trabalhão juntos em Brasília para viabilizar ações de interesse da comunidade nipo-brasileira

18/04/2011

Os deputados federais paulistas Junji Abe (DEM), Keiko Ota (PSB) e Walter Ihoshi (DEM) somarão esforços para viabilizar ações de interesse da comunidade nipo-brasileira, assim como para defender emendas parlamentares destinadas à liberação de recursos federais para os eventos indicados pelas instituições representativas dos nikkeis. A meta é ampliar as chances de resultados positivos e sepultar o individualismo que, em geral, prejudica diretamente o público-alvo dos benefícios.

Autor da sugestão, acolhida pelos outros dois paulistas descendentes de japoneses na Câmara Federal, Junji aproveitou o final de semana para reunir-se com duas importantes instituições nipo-brasileiras. Além de apresentar o conceito do trabalho conjunto, ele pediu empenho dos dirigentes no sentido de cultivar maior proximidade com os associados, especialmente os jovens. O deputado entende que este é o caminho para garantir o contínuo fortalecimento das ações desenvolvidas pelas entidades. E, ao mesmo tempo, difundir informações que ajudem a conscientizar os nikkeis sobre a importância da sua participação social.

Participação social significa o envolvimento em todos os processos que afetam a sociedade, como destacou Junji. “Portanto, em tudo que mexe com a vida de cada um de nós. Isto inclui a consciência política”, completou, esclarecendo que os representantes da comunidade nipo-brasileira no Executivo e Legislativo, nas três esferas, precisam ter o respaldo da base para potencializar sua força na luta por melhorias.

Ainda quanto à necessidade de desenvolver a consciência política, o deputado assinalou as escolhas feitas nas urnas. “É fundamental acompanhar o trabalho do político em quem votou e foi eleito, avaliar suas ações, cobrar posturas, enfim, vigiar com rigor para tomar decisões acertadas nas eleições seguintes”, detalhou Junji, frisando que os eleitos se tornam os representantes da população.

Como parte do trabalho de conscientização para participação social, Junji sugeriu que as entidades nipo-brasileiras se juntassem e, sob a organização da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, o Bunkyo, promovessem dois seminários por ano com o propósito de envolver a comunidade nikkei, principalmente a juventude. O deputado disse que os eventos poderiam ser feitos nos municípios, sempre com temas de grande relevância social para estimular a presença do público.

Reuniões
A primeira parada, no bairro paulistano da Liberdade, foi na sede da UPK – União Paulista de Karaokê, onde o presidente Toshio Yamao e o Professor Shoiti Shimada, que preside o Conselho de Jurados, receberam o grupo formado por Junji, Roberto Sekiya e Marcelo Hideshima, assessores dos deputados Keiko Ota e Ihoshi, respectivamente. Também participaram do encontro o vereador de Ribeirão Pires, Antônio Muraki e Morio Minami, representando o vereador Hiroyuki Minami, de São Bernardo do Campo.

Além de expor o conceito de trabalho do trio de paulistas nikkeis na Câmara Federal, Junji foi mais longe. Defendeu que as instituições da comunidade nipo-brasileira mantenham-se isentas de empenhar apoio exclusivo a determinado candidato durante campanhas eleitorais. “É preciso dar a todos oportunidades iguais de se apresentar e de expor sua plataforma. Não é saudável para a democracia e nem faz bem aos associados impor preferências sem dar-lhes chance de conhecer os concorrentes, avaliá-los e decidir por aquele que entendem ser o melhor indicado”, argumentou.

Compartilhando da opinião de Junji, o presidente da UPK disse que a imparcialidade é de grande importância até para evitar conflitos desnecessários. Ele também concordou com outro alerta do deputado: “O dirigente personifica a entidade. Se ele manifesta preferência por determinado candidato, faz crer que a escolha é da entidade e não uma opção pessoal. Então, a saída é não declarar o voto”.

Ainda no sábado (16/04/11), Junji reuniu-se com a diretoria do Kenren, a Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil. Recepcionado pelo presidente, Akinori Sonoda, Junji detalhou o consenso entre os parlamentares nikkeis na Câmara Federal: somar esforços na expectativa de colher resultados melhores. Também participaram os vice-presidentes Yasuo Yamada, Augusto Sakamoto e Nelson Maeda.

A instituição responde pela organização de um dos grandes eventos da comunidade nipo-brasileira. Trata-se do Festival do Japão que atrai visitantes de diferentes regiões do País. Com custo estimado entre R$ 1,5 milhão e R$ 2 milhões, a festa tem maciça adesão da iniciativa privada que patrocina sua realização.

Maeda, que preside a Comissão Organizadora do Festival, quis saber da possibilidade do evento ser contemplado com recursos federais. “Estejam certos de que nos esforçaremos muito – Eu, Keiko e Ihoshi –, mas passou a ser uma tarefa ainda mais difícil conseguir a aprovação de emendas com a finalidade de incentivar eventos culturais, em função de lamentáveis desvios de verbas praticados por maus políticos”, ponderou Junji, esclarecendo que qualquer benefício só poderá ser conquistado para 2012, porque o Orçamento da União é sempre elaborado no ano anterior.

Junji sugeriu ainda que as instituições não se fixem apenas na expectativa de repasses federais, mas procurem aglutinar os políticos nikkeis que exercem os mandatos de deputado estadual e de vereador da Cidade São Paulo. “É vital trabalhar para sensibilizar todas as esferas de governo. Com os cortes orçamentários decorrentes do momento econômico atual, a linha mestra do processo não é conseguir muito de poucos, mas sim, conseguir um pouco com a ajuda de muitos”, observou.

Ainda de acordo com o deputado, seria de extrema importância que instituições como a UPK solicitassem aos vereadores, deputados estaduais e federais ações no sentido de transformá-las em entidades de utilidade pública para facilitar seu reconhecimento junto aos órgãos governamentais e os procedimentos destinados à concessão de benefícios.

Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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