Transportes

Em defesa das ferrovias

Junji sobe à tribuna da Câmara para conclamar parlamentares a trabalharem pela célere canalização de investimentos no sistema ferroviário

19/04/2011


Ferrenho defensor das ferrovias como o principal meio de deslocamentos num País com dimensões continentais como o Brasil, o deputado federal Junji Abe (DEM-SP) subiu à tribuna da Câmara na tarde desta terça-feira (19/04/11) para conclamar todos os parlamentares a trabalhar pela célere canalização de investimentos no sistema ferroviário, “sucateado ao longo dos anos”. Membro da Frente Parlamentar Mista das Ferrovias, o parlamentar foi informado pelo presidente, deputado Pedro Uczai (PT-SC), que está prevista para os próximos dias uma audiência com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, visando tratar do assunto.

Ao defender a urgente expansão e recuperação das estradas de ferro para melhorar o transporte de cargas e passageiros, Junji recorreu à memória da sua infância. Nascido em Mogi das Cruzes, “pertinho da capital de São Paulo, uma região extremamente rica de verduras e legumes desde aquela época”, ele tinha 10 anos quando produzia, junto com a família, repolho, entre outras variedades de hortaliças.

“Sacas e sacas, jacás e mais jacás de repolho eram transportados da zona rural até a estação ferroviária da Estrada de Ferro Central do Brasil”, contou. A carga seguia para o Rio de Janeiro onde já havia feirantes aguardando a mercadoria para comercialização. “O custo era baixíssimo”, frisou ele, lamentando a situação atual que concentra o transporte nas rodovias e seus fretes exorbitantes, com conta debitada do bolso do consumidor final.

Destacando o quanto é necessário avançar no sistema ferroviário para tentar equacionar a deficiente logística nacional para os transportes, Junji citou números. Ele disse que o Brasil concentra 54% dos deslocamentos no modal rodoviário, enquanto o ferroviário detém parcos 21%.

Em outras grandes nações, a realidade é bem diferente. Nos Estados Unidos, o modo rodoviário responde por apenas 25% e o ferroviário lidera com 50%. No Canadá, são 13% por rodovias e 52% por trens. A Rússia opera com somente 4% pelo modo rodoviário, deixando 83% a cargo dos trens. Na França, 28% dos transportes ocorrem pelas rodovias e 55% pelo sistema ferroviário. A Alemanha utiliza os trens para 53% dos deslocamentos.

O deputado evidenciou que o sucateamento das ferrovias é um fator preocupante para a economia brasileira porque encarece os preços dos produtos, prejudicando o Brasil na concorrência do mercado internacional. “Para competição neste mundo globalizado, temos de, efetivamente, investir no sistema ferroviário nacional”, apelou.

Veja a íntegra do pronunciamento


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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