Guaratinguetá

Junji comanda mesa-redonda com produtores

Deputado reúne agricultores neste sábado, às 13h30, durante a Expoguará 2011, para debater as perspectivas do agronegócio e a polêmica revisão do Código Florestal

13/05/2011


As perspectivas do agronegócio no Vale do Paraíba e a truncada reformulação do Código Florestal pautam a mesa-redonda liderada pelo deputado federal Junji Abe (DEM-SP), neste sábado (14/05/2011), às 13h30, em Guaratinguetá. Dirigido aos produtores rurais da Região, o evento faz parte da programação da Expoguará 2011, que começou quinta-feira e prossegue até domingo, no Recinto de Exposições, localizado na Estrada Velha de Guaratinguetá-Lorena.

A concorrência desleal com os produtos importados de países onde a agricultura recebe fartos subsídios, as dificuldades para o escoamento da produção agrícola – cada vez mais caro por causa da concentração do transporte nas rodovias em contraste com a subutilização da rede ferroviária, atualmente sucateada, os limitados canais de comercialização, as graves deficiências da Ceagesp – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, a carência de financiamentos acessíveis, a inexistência de seguro rural e muito menos de políticas de garantia de preço mínimo figuram entre os recorrentes protestos do setor agrícola, especialmente dos micro, pequenos e médios produtores que trabalham com itens dirigidos aos mercado interno.

Essas e outras questões, como os rumos da rizicultura (cultivo de arroz) no Vale do Paraíba, serão abordadas por Junji na mesa-redonda que objetiva discutir alternativas e apresentar trabalhos em andamento na Câmara Federal. Um dos tópicos em evidência será a Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, com instalação prevista para este semestre.

Idealizado pelo deputado, o grupo tem o propósito de batalhar pela implantação de políticas públicas específicas para as cadeias produtivas de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores e outros itens produzidos para atender o consumidor brasileiro.

De acordo com o parlamentar, o segmento de hortifrutiflorigranjeiros “está alijado de qualquer incentivo governamental” porque não se enquadra nos critérios de agricultura familiar, amparada pelo Pronaf, e nem engloba produtos de exportação que geram commodities e respondem pelo superávit brasileiro, como os do setor sucroalcooleiro, citricultura, cafeicultura e sojicultura, entre outros.

Junji explicou que a Frente Parlamentar visa reforçar a batalha pela adoção de dispositivos que beneficiem não apenas os produtores, mas toda cadeia produtiva de cada item do segmento de hortifrutiflorigranjeiros. Desde a área de pesquisa, desenvolvimento de variedades e extensão rural, passando pela fabricação e venda de insumos – sementes, fertilizantes, defensivos, máquinas, equipamentos, embalagens e outros –, produção agrícola, centrais de higienização e processamento, canais de comercialização, cooperativas, organizações associativas e transporte até a mesa do consumidor.

Quanto ao Novo Código Florestal, há muito a debater. O deputado viveu uma longa semana de discussões em torno do tema que, para desespero do setor agrícola, teve a votação novamente adiada. “Só na quarta-feira (11/05/11), foram mais de dez horas de discussões ininterruptas em comissões e bancadas partidárias para, à noite, haver o adiamento que só arrasta o sofrimento do produtor rural”, criticou Junji, reiterando que seu compromisso “é defender a produção de alimentos, sem agredir o meio ambiente”.

Líder rural
No exercício do primeiro mandato como deputado federal, Junji Abe mantém relação umbilical com o agronegócio. Pertence à terceira geração dos Abe na agricultura. É empresário rural – cultiva orquídeas em Mogi das Cruzes e desponta entre os grandes produtores da região metropolitana, além de ser consultor em gestão pública e empresarial.

Associativista e cooperativista, Junji registra 35 anos de atuação como líder rural. Presidiu o Sindicato Rural de Mogi das Cruzes, ininterruptamente, por 20 anos, de 1980 a 2000. Em igual período, integrou a diretoria da Faesp – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo com notória participação na Comissão de Hortaliças, Tubérculos e Bulbos.

Durante os dez anos em que atuou na Assembléia Legislativa de São Paulo, presidiu a Comissão de Agricultura e Pecuária da Casa. Foi considerado pelos colegas de Parlamento o mais profundo conhecedor do agronegócio paulista. Ainda como deputado estadual, comandou a Comandou a Câmara Setorial de Olericultura da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Surgia, assim, o embrião para uma série de melhorias nas etapas de produção, transporte e comercialização de produtos agrícolas, incluindo a padronização embalagens, metodologia para classificação de produtos e plantio programado, entre outras.

A quebradeira econômica generalizada causada pela escalada inflacionária de quase duas décadas esfacelou as cooperativas agrícolas, principalmente as ligadas à olericultura. A falta de um interlocutor político junto às esferas governamentais fez com que as entidades procurassem o então deputado estadual na expectativa de garantir a sobrevivência do setor. Assim, surgiu a Associação Nacional Pró-Hortifrútis, da qual ele é o presidente-fundador.

A entidade cumpriu com êxito sua função na época. Entretanto, perdeu força ao longo dos anos em razão das dificuldades financeiras que a categoria não conseguiu superar. Em especial, pela falta de políticas públicas dirigidas ao segmento. É exatamente este gargalo que Junji espera extinguir com sua atuação na Câmara Federal, aliada ao trabalho conjunto com os congressistas que aderirem à Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
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