Atibaia

Junji destaca herança dos imigrantes: valores morais

Na comemoração dos 50 anos da Associação Cultural Nipo-Brasileira do Bairro Tanque, deputado fala sobre lições que precisam ser transmitidas às gerações futuras

31/05/2011


A Língua Japonesa acolhe expressões de profundo significado, que traduzem bem a formação cultural do povo nipônico e funcionam como bússola para nortear a postura do ser humano no lar e na sociedade. Esta observação foi feita pelo deputado federal Junji Abe (DEM-SP) na solenidade de comemoração do 50º aniversário da Associação Cultural Nipo-Brasileira do Bairro Tanque, em Atibaia. O parlamentar recomendou: “Cabe a nós, brasileiros herdeiros do legado dos imigrantes japoneses, transmiti-lo às gerações futuras visando a construção de um mundo melhor, mais justo e mais humano”.

Lembrando que a entidade nasceu dos esforços de imigrantes, o deputado citou algumas expressões em japonês e seus respectivos significados: gaman (suportar, aguentar), omewaku (não incomodar), mootainai (não desperdiçar), yakussoku mamoru (cumprir compromisso), dikan doori (pontualidade), doorukusha (dedicação ao trabalho), okaguessama (dar graças) e guambarimashou (avançar unidos). “Interpretadas com a força das ações que representam, demonstram hábitos que precisamos difundir, honrando nossos ancestrais e tornando melhor e mais promissor o futuro dos nossos descendentes”, completou.

Ao falar sobre seu orgulho de ser brasileiro, descendente de imigrantes japoneses, Junji rememorou a importância das lições que recebeu de seus pais e avós. Em especial, dos conceitos que lhe foram transmitidos desde a infância, como ética, moral, seriedade, transparência, credibilidade, confiança, força de trabalho, solidariedade, amor ao próximo, respeito às leis e às autoridades e, principalmente, o amor à família. “São legados que, de tão valiosos, são incomensuráveis”, ponderou, reforçando a necessidade de fazê-los perpetuar, por mais difícil que seja em razão da pouca receptividade dos mais jovens.

As palavras de Junji tocaram fundo o público da cerimônia que também marcou o lançamento de um livro sobre a história da Associação. Nele, o prefácio assinado pelo presidente Kimio Oikawa evidencia as dificuldades enfrentadas pela falta de jovens que, cada vez mais, se afastam das atividades do campo.

Segundo Junji, o contexto reforça a necessidade de cultivar a rica herança de valores morais dos ancestrais dentro de casa. “É no lar que começa o processo de formação do cidadão, daquilo que ele classifica como certo e errado, de suas crenças e filosofia de vida”. Ele elogiou o empenho da Associação que se desdobra para manter vivas tradições e manifestações culturais japonesas. A elaboração do livro, completou o parlamentar, é mais uma prova desta luta.

Fundada em 1961, a Associação Cultural Nipo-Brasileira do Bairro Tanque nasceu da garra e perseverança de um grupo de imigrantes japoneses que implantaram o núcleo de produção hortifrutigranjeira, idealizado pela CAC – Cooperativa Agrícola de Cotia, extinta após o longo período inflacionário que esfacelou a economia nacional.

A solenidade, realizada no final de semana (28/05/2011), incluiu uma homenagem religiosa aos fundadores da Associação e seus familiares que faleceram neste período de meio século. Também participaram do evento o presidente da Comissão Organizadora do 50º aniversário, Akimasa Aoyama, o prefeito de Atibaia, José Bernardo Denig (PV), o Dr. Denig, o vice Ricardo dos Santos Antonio (PV), o deputado estadual Beto Tricoli (PV), o presidente da Câmara local, Emil Ono (PTB), a primeira-dama, Rita Denig, e os secretários municipais de Infraestrutura; e Agropecuária e Abastecimento, Ismael Dentinho e Humberto Rosente, respectivamente, além de familiares dos fundadores e associados.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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