Lixão Não!

Intervenção federal contra aterro

Junji mostrará ao Ministério do Meio Ambiente que o pretendido empreendimento põe em risco o polo hídrico que serve ao abastecimento de água até no Rio e Minas

04/06/2011


Com munição extra na bagagem, o deputado federal Junji Abe (DEM-SP) planeja conseguir a intervenção do Ministério do Meio Ambiente para barrar o aterro sanitário que a Queiroz Galvão deseja instalar em Mogi das Cruzes, apesar do gigantesco movimento popular em repúdio ao empreendimento. Desta vez, o parlamentar inclui no arsenal contra o malfadado projeto uma questão interestadual: a contaminação das águas que abastecem dezenas de cidades, desde a região paulista do Vale do Paraíba até os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Segundo o deputado, a área escolhida pela empresa para instalar o aterro fica próxima a dois córregos que são afluentes do Rio Parateí. “A eventual contaminação do lençol freático, além de causar sérios danos ao meio ambiente, é ameaça flagrante à saúde pública. O Parateí deságua no Rio Paraíba do Sul que abastece dezenas de cidades do Vale do Paraíba, Rio de Janeiro e Minas”.

Além de acionar o Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente, Junji também levará o caso ao Codivap – Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte, que reúne 44 municípios – inclusive Mogi das Cruzes –, sendo a maioria deles potencialmente prejudicada com a instalação de um aterro sanitário no Distrito mogiano do Taboão.

O objetivo do parlamentar é fortalecer a movimentação em repulsa ao empreendimento e agregar mais aliados contra a iniciativa da Queiroz Galvão. “Vamos ampliar o leque de ações e intensificar trabalhos já desenvolvidos pela Prefeitura, pelos deputados estaduais e pelo Movimento Aterro Não!, procurando o respaldo de órgãos federais para nossa luta”, completa Junji.

O risco de contaminação das águas de afluentes do polo hídrico que abastece Vale do Paraíba, parte do Rio e de Minas é apenas um dos muitos outros motivos para a proibição do aterro sanitário no território mogiano, de acordo com avaliação de Junji. “A meu ver, a aversão do povo, manifesta sob todas as formas, deveria ser o bastante para inviabilizar o projeto. Isto só confirma o desrespeito da empresa para com a população. Da cidade e de todo o Alto Tietê”.

Enquanto exercia o cargo de prefeito de Mogi das Cruzes, Junji enfrentou quase uma década de sucessivas batalhas para tentar sepultar o projeto da empresa. Na ocasião, rememorou ele, a Prefeitura apontou 22 impactos de ordem ambiental, econômica, de vizinhança e até de sistema viário para impedir o aterro. Por determinação do, então, governador Claudio Lembo (DEM), houve o arquivamento do projeto, ressuscitado em 2009 com modificações.

Ao evidenciar sua posição contrária à utilização de aterros sanitários na gestão dos resíduos sólidos domiciliares, Junji observa que “enterrar lixo é uma prática primitiva, extremamente danosa ao meio ambiente e que traz riscos sérios à saúde pública”. Em outros países, comenta, há mais de 30 anos já se incineram resíduos, após a coleta seletiva e a triagem, gerando energia.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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