Agronegócio

Deputado mobiliza sindicatos

Na primeira da série de reuniões com lideranças paulistas, deputado prega às bases a necessidade de motivação e participação para viabilizar conquistas

13/06/2011


O fortalecimento da batalha pela implantação de políticas públicas específicas para o segmento de hortifrutiflorigranjeiros depende da participação direta das lideranças e produtores rurais. Quem alerta é o deputado federal Junji Abe (DEM-SP) que iniciou reuniões com dirigentes de sindicatos rurais paulistas para mobilizar a categoria.

A movimentação de Junji visa reforçar os trabalhos da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, a Pró-Horti, que ele lançará ainda neste mês de junho, com a adesão de mais de 230 parlamentares, entre senadores e deputados. “Tanto no Senado como na Câmara, os congressistas não conhecem as dificuldades desta área que não conta com qualquer incentivo”, observou Junji, explicando que todos estão mais familiarizados com as questões relacionadas à agricultura familiar e aos produtos de exportação que geram commodities.

Segundo o deputado, esses dois extremos do agronegócio – agricultura familiar e culturas de extensão –, são atendidos por medidas de incentivo do governo e registraram avanços. Entretanto, o segmento de hortifrutiflorigranjeiros amarga total falta de condições de sobrevivência, como pontuou Junji. Essa categoria reúne as cadeias produtivas de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores e outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno.

“Em primeiro lugar, vocês querem ser ajudados?”, perguntou, recebendo imediata resposta positiva da plateia formada por dirigentes de mais de uma dezena de sindicatos rurais. “Então, vocês também precisam ajudar. Por maior boa vontade que tenha, nenhum político consegue resultados sem que haja convergência da classe em torno daquilo que é cobrado do Poder Público”, esclareceu. E comparou: “Sem união, é como plantar no deserto – não dá nada”.

Ao evidenciar a importância da Pró-Horti na defesa das principais medidas em prol do setor, Junji disse que as conquistas da Frente serão proporcionais ao nível de envolvimento das bases com os trabalhos, porque o grupo tem tudo para ser um braço político eficiente. “Vamos começar pequenos para ir conscientizando os demais parlamentares sobre as necessidades do segmento”. Ele recomendou a firme atuação das lideranças para motivar os associados a participarem do processo e garantirem que “nossa voz tenha ressonância” no Congresso. A grande desinformação em relação aos hortifrutiflorigranjeiros é uma das barreiras a serem vencidas, acredita o deputado.

Pesados impostos, altos juros nas compras financiadas, concorrência desleal com os produtos importados de países onde a agricultura recebe fartos subsídios, as dificuldades para o escoamento da produção agrícola – cada vez mais caro por causa da concentração do transporte nas rodovias em contraste com a subutilização da rede ferroviária, atualmente sucateada, os limitados canais de comercialização, as graves deficiências da Ceagesp – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, a carência de financiamentos acessíveis, a inexistência de seguro rural e muito menos de políticas de garantia de preço mínimo figuram entre os recorrentes protestos do setor.

Como produtor e empresário rural do segmento – hoje, na produção de orquídeas; antes, no cultivo de hortaliças – e um histórico de mais de 35 anos como líder rural, Junji disse que não poderia se omitir diante das acentuadas dificuldades enfrentadas pela categoria. “A Pro-Horti foi idealizada para suprir esta falta de representatividade dos hortifrutiflorigranjeiros no contexto político nacional”.

A primeira reunião, realizada por Junji na sexta-feira (03/06/2011) envolveu dirigentes rurais de regiões paulistas produtoras de hortaliças, frutas e flores. O próximo encontro será com lideranças agrícolas do Vale do Ribeira que concentra pequenos bananicultores. Se a reformulação do Código Florestal, aprovada na Câmara dos Deputados, não passar pelo Senado, eles e outros mais de 2 milhões de pequenos produtores que, há décadas, cultivam em várzeas e encostas de morros, terão de abandonar a atividade, como advertiu o deputado, reforçando a necessidade de mobilização do setor.

O deputado também aproveitou a reunião para alertar os produtores sobre as falsas acusações feitas por determinadas entidades “onde há pseudolíderes a serviço de dirigentes extremistas de organizações como o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra)”. De forma genérica, dizem que verduras, legumes, frutas e até o leite “estão contaminados com veneno”, contou Junji.

Na visão do parlamentar, os produtores rurais precisam estar alertas para deflagrar uma grande mobilização contra a falsa acusação e, principalmente, desenvolverem uma campanha de esclarecimento ao consumidor. O uso de defensivos agrícolas nas plantações virou alvo de “gente mal intencionada” que, segundo ele, transforma uma técnica necessária em sinônimo de contaminação.

Participaram do encontro, na sede da Sincaesp – Sindicato dos Permissionários em Centrais Atacadistas do Estado de São Paulo, dirigentes de Sindicatos Rurais e lideranças agrícolas dos municípios de São Miguel Arcanjo, Ibiúna, Piedade, Mogi das Cruzes, Pilar do Sul e São Paulo, entre outros.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
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