República Popular da China

Cônsul quer Junji como interlocutor

Sun Rongmao pede ao deputado que represente a comunidade chinesa no Congresso Nacional, ajudando a fortalecer a relação bilateral Brasil-China

25/07/2011


O cônsul-geral da República Popular da China em São Paulo, Sun Rongmao, espera contar com o deputado federal Junji Abe (DEM-SP) para garantir à comunidade chinesa um representante no Congresso Nacional, além de ajudar a consolidar uma próspera relação de amizade e cooperação econômico-comercial, social, cultural e tecnológica. “Não pouparei esforços para responder com muito trabalho e toda dignidade esta honrosa missão”, afirmou o parlamentar, durante reunião nesta segunda-feira (25/07/2011).

O encontro dá sequência aos contatos iniciados no mês passado quando o cônsul-geral adjunto em São Paulo, Bian Chumgang, pediu a Junji que colaborasse na solução de problemas enfrentados por imigrantes chineses no País. A próxima etapa “na construção dessa parceria” com o parlamentar, sugeriu Rongmao, será uma reunião com o embaixador da China no Brasil.

Junji foi recomendado ao Consulado pelo professor doutor Shuy Wen Shin, que participou do encontro, “como a maior autoridade brasileira, descendente de japoneses – com vasta experiência na vida pública –, e um dos mais expressivos líderes do agronegócio”. As autoridades chinesas buscavam um parlamentar que pudesse substituir o ex-deputado Willian Woo, que era o interlocutor até a legislatura passada, mas não foi reeleito.

Além de atuar no fortalecimento da relação bilateral Brasil-China, o cônsul apontou a necessidade de contar com a ajuda de Junji para enfrentar o que ele classificou como o maior drama da comunidade chinesa na atualidade: a violência. Diversas famílias em São Paulo têm sido alvos de crimes horrendos, como assaltos e espancamentos, como assinalou Rongmao.

O deputado antecipou que agendará uma audiência na Secretaria de Estado da Segurança Pública para tratar do assunto. “Também levarei o problema diretamente ao comando das Polícias Civil e Militar, pedindo reforço das ações ostensivas, porque as sucessivas ocorrências envolvendo famílias chinesas denuncia a atuação dirigida de quadrilhas”, pontuou.

Segundo Junji, os japoneses viveram perseguição semelhante dos criminosos no final da década de 80, início dos anos 90, pouco depois de milhares de descendentes deixarem o Brasil para trabalhar no Japão como dekasseguis. “Os bandidos achavam que as famílias tinham, em casa, dinheiro recebido dos parentes no exterior”, relatou, lembrando que as ocorrências só cessaram após intensa mobilização policial.

Ainda no mês passado, Junji foi um dos dez parlamentares escolhidos pelo presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, deputado João Paulo Cunha (PT-SP), para recepcionar os integrantes do Comitê Permanente da APNC – Assembleia Popular Nacional da China. Ele também é um dos selecionados para compor a delegação brasileira que visitará aquele país no final deste ano, a convite da APNC. Entre os congressistas, não há descendentes de chineses.

Junji informou o cônsul que, tão logo haja oportunidade, integrará o Grupo Parlamentar Brasil-China da Câmara Federal, presidido pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) com quem ele já conversou manifestando a disposição de ser um dos componentes. A iniciativa teve grande receptividade de Sun Rongmao.

Intercâmbio
“Fortalecer os negócios entre os dois países é primordial para o cenário econômico nacional”, avaliou o deputado federal Junji Abe, lembrando que, se o Brasil não tivesse ampliado o intercâmbio comercial com a China, teria enfrentado muitas dificuldades para superar a crise mundial de 2008. Ele completou que os chineses conquistaram o epicentro internacional das atenções como polo consumidor, após o desaquecimento da economia americana, japonesa e da comunidade europeia.

O setor agrícola brasileiro é de grande interesse para o governo chinês, assim como o campo tecnológico, com destaque para iPeds e iFones. Sabendo da importância atribuída pela China ao agronegócio brasileiro, Junji observou, durante conversa com o cônsul-geral Sun Rongmao, que o Brasil é o único País do planeta com condições físicas para plantar o necessário visando aplacar a fome mundial, certeira diante das projeções de crescimento populacional feitas pela ONU – Organização das Nações Unidas.

Expressando sua satisfação em ter em Junji um parceiro, o cônsul disse que espera efeitos muito produtivos do trabalho do parlamentar, tanto para fortalecer os laços entre Brasil e China quanto para tratar de questões que afligem a comunidade chinesa no País. O deputado reiterou sua disposição de contribuir da melhor forma possível.

A análise feita por Junji sobre o panorama sócio-econômico nacional chamou a atenção de Lucia Zhao. Surpresa com a desenvoltura do deputado e os conhecimentos dele sobre as mais diversas áreas, ela pediu ao parlamentar que proferisse uma palestra sobre o Brasil para as integrantes da União Chinesas do Brasil, entidade que ela preside. Lucia também é vice-presidente da Associação Chinês do Brasil.

Além do professor doutor Shuy Wen Shin, o encontro no Consulado teve a presença da presidente da União das Chinesas do Brasil e vice-presidente da Associação Chinês do Brasil Lucia Zhao. Ela também havia participado da reunião com o cônsul-geral adjunto, Bian Chumgang, e o cônsul das áreas econômica e comercial Li Haitong.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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