Amor e Trabalho

Resgate de valores morais

Na comemoração dos 40 anos da Associação Cultural Recreativa Shuyodan do Brasil, Junji elogia a filosofia como meio de vencer a violência e a corrupção

05/09/2011


Um adolescente de 15 anos perseguiu a diretora dentro da escola e, ao alcançá-la, desferiu-lhe uma sequência de chutes. Na esfera política, um sem número de maus políticos, funcionários públicos e empresários envolvidos em sucessivos assaltos aos cofres públicos. É uma amostra do “limiar da calamidade com um sistêmico e crescente nível de violência, drogas e corrupção”, como classificou o deputado federal Junji Abe (DEM-SP), ao evidenciar a necessidade do resgate de valores morais e da prática de condutas éticas.

Se a sociedade brasileira tivesse iniciado, há 40 anos, com responsabilidade, um trabalho de formação moral e cívica das crianças e adolescentes, “com absoluta certeza o Brasil de hoje não padeceria num cenário tão cruel”, como analisou Junji, acrescentando: “Estaria na liderança mundial no ranking dos povos íntegros, pregando a paz, liberdade, igualdade e fraternidade, com total legitimidade”.

Com a avaliação, o parlamentar assinalou a filosofia difundida pela ACRSB – Associação Cultural e Recreativa Shuyodan do Brasil, que completou 40 anos de fundação neste domingo (04/09/2011) com uma solenidade que reuniu autoridades e lideranças da comunidade nipo-brasileira. A entidade apregoa a educação do espírito, a partir da elevação do caráter. A prática do shuuyo baseia-se no binômio amor e suor que, de acordo com a corrente filosófica, proporcionam ao ser humano tudo de que precisa para ser feliz.

Segundo Junji, o conceito pode ser interpretado como “a chave da felicidade está no amor e no trabalho”. Ou, citando o ponto central da filosofia: “A vida sem amor é uma obscuridade. A sociedade sem o suor do trabalho é corrupção”. Ao longo das quatro décadas de existência, a instituição mantém parcerias com entidades nipo-brasileiras, como os Bunkyos de Mogi das Cruzes, Suzano e de outros municípios, para disseminar estes ensinamentos.

O diferencial da Associação é dirigir seus esforços às crianças e jovens – a partir dos 6 anos de idade, como pontuou Junji. Com o auxílio de lideranças voluntárias da comunidade, descreveu o deputado, os ensinamentos filosóficos são transmitidos aos alunos que, depois de formados, estarão capacitados para atuar como monitores e palestrantes. Ele observou que as aulas são ministradas em português e é cada vez mais comum a presença de crianças sem descendência japonesa.

“Talvez, se a disciplina de Educação Moral e Cívica não tivesse sido excluída do conteúdo curricular, o exercício da cidadania fosse maior e a sociedade mais participativa”, ponderou o deputado. “Felizmente, há abnegados, como os voluntários da ACRSB que acreditam no resgate dos valores morais e éticos. E continuam trabalhando firme nesse sentido para orientar nossas crianças e jovens”.

Junji enfatizou que o Brasil é um grande devedor da ACRSB pelos relevantes serviços prestados à sociedade ao longo dos seus 40 anos de existência. “Como cidadão e representante do povo brasileiro, expresso minha profunda admiração, respeito e reconhecimento à diretoria e valorosos colaboradores desta instituição”, declarou, homenageando com “Diploma de Mérito e Gratidão” o presidente Hitosi Sakurai e o diretor-executivo Fumio Hasunuma.

Entre os participantes do evento, também estavam o cônsul-adjunto do Japão em São Paulo, Tsuyoshi Narita, os presidentes da Sociedade Brasileira Cultura Japonesa, Kihatiro Kita, e da Aliança Cultural Brasil-Japão, Takuni Shimada; os vice-presidentes do Kenren – Federação das Associações de Províncias do Japão no Brasil, Yasuo Yamada, e da Associação Cultural Esportiva e Agrícola de Suzano, Luiz Higashi; o deputado estadual Jooji Hato, o ex-deputado estadual Hatiro Shimomoto e os assessores Shiguero Orita e Orídio Shimizu representando, respectivamente, o deputado estadual Hélio Nishimoto e o vereador de São Paulo Aurélio Nomura.

Origem
O Shuyodan surgiu no Japão por iniciativa do filósofo e espiritualista Monzo Hasunuma que, em 11 de fevereiro de 1906, com a colaboração da Escola de Magistério de Tokyo, criou a doutrina. Inspirado pelo trabalho do irmão, Shinichi Hasunuma, apresentou a corrente filosófica ao brasileiros, fundando a Associação Cultural Recreativa Shuyodan do Brasil.

Era o ano de 1971. A obra da instituição teve continuidade graças à dedicação do filho do falecido Shinichi Hasunuma. Trata-se de Fumio Hasunuma que, aos 70 anos de idade, é ainda hoje o diretor-executivo da ACRSB, cargo que ocupa desde a fundação da entidade, há 40 anos. Junji conhece Fumio e o presidente Hitosi Sakurai desde a década de 90, quando exercia o cargo de deputado estadual. “Mais do que a honra de tê-los conhecido é a satisfação de tê-los como grandes amigos”, manifestou.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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