Veto a projeto

Junji manifesta apoio a agrônomos

A pedido do presidente da Aeasp, Arlei Arnaldo Madeira, deputado mobiliza a Casa para vetar proposta que impede agrônomos e veterinários de atuarem como zootecnistas

27/09/2011


Para resguardar aos agrônomos e veterinários o direito de exercerem as funções de zootecnista, o deputado federal Junji Abe defende o veto ao projeto de Lei 2824/2008, que estabelece a proibição. “Não faz sentido restringir o trabalho desses profissionais por quem tenho extremo respeito e a quem temos de valorizar em benefício do agronegócio brasileiro”, afirmou o parlamentar, justificando o apoio à categoria. Em reforço à meta de vetar o projeto, ele já havia conquistado o respaldo da FPA – Frente Parlamentar da Agropecuária.

As ações desenvolvidas por Junji para impedir a aprovação do projeto foram detalhadas durante reunião, nesta segunda-feira (26/09/2011), com a diretoria da Aeasp – Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo. Na ocasião, ele recebeu do presidente da entidade, Arlei Arnaldo Madeira, um cartão de prata contendo o manifesto de gratidão dos profissionais em reconhecimento aos esforços do deputado em defesa da classe.

O projeto de Lei 2824/2008, repudiado pela Aeasp, versa sobre a revogação da alínea “c” do artigo 2º da Lei Federal nº 5550, de 04/12/68, com o objetivo de vedar o exercício da profissão de zootecnista aos agrônomos e veterinários.

Embora tivesse solicitado a ajuda de Junji, em julho último (13/07), para tentar barrar o projeto, Madeira confidenciou que não esperava “tamanho empenho e agilidade no atendimento, vindos de um deputado que nem é engenheiro agrônomo”. Sensibilizado, o presidente da Aeasp reiterou integral disposição da entidade em colaborar com o parlamentar em todas as causas em que ele necessite de respaldo da categoria.

Junji agradeceu antecipando que precisará de muita ajuda. “Os micro e pequenos produtores rurais não sobreviverão neste mundo globalizado sem a assistência, o apoio e a parceria com engenheiros agrônomos e veterinários”, evidenciou, conclamando os profissionais ao trabalho conjunto pelo “desenvolvimento consistente do agronegócio nacional que garantirá ao mundo a necessária produção de alimentos”.

Idealizador e presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, Junji falou sobre a batalha pela adoção de políticas públicas adequadas às cadeias produtivas voltadas ao abastecimento do mercado interno, que não recebem qualquer respaldo ou subsídio governamental, porque não se enquadram na agricultura familiar, amparada pelo Pronaf, nem envolvem as culturas de exportação, geradoras de commodities.

Trata-se de uma categoria intermediária que concentra, na quase totalidade, micro, pequenos e médios produtores rurais, como definiu Junji, ao evidenciar que a classe vinculada à Aeasp também é abrangida pela Pró-Horti. “Quem lida com os hortifrutiflorigranjeiros ocupa pequenas áreas nas várias regiões do País, dedica-se à policultura – produzindo sempre mais de duas ou três variedades, é altamente técnico, tem boas noções de todas as etapas da cadeia produtiva – antes e depois da porteira –, garante o abastecimento do mercado interno e, infelizmente, nunca teve o devido reconhecimento”.

Segundo o deputado, a criação da Pró-Horti implica um “trabalho hercúleo pela reestruturação das cadeias produtivas”, incluindo o aumento do consumo irrisório de hortaliças e frutas no Brasil, em prejuízo da saúde pública. Para cumprir essa gigantesca tarefa, evidenciou ele, “é imprescindível a participação e o envolvimento dos profissionais da agronomia”. Junji explicou que integra todas as frentes parlamentares ligadas direta ou indiretamente à produção de alimentos, com o objetivo de conscientizar e informar congressistas e autoridades governamentais, sobre a importância desse segmento esquecido e marginalizado.

Junji pertence à terceira geração da família Abe na agricultura, dedicando-se à produção de orquídeas e despontando entre os maiores produtores do Estado. Ele traz na bagagem a história dos avós e pais, imigrantes japoneses que trabalharam muito para constituir a fazenda com 370 alqueires (8,954 milhões de metros quadrados) no Distrito de Biritiba Ussu, em Mogi das Cruzes.

Como produtor e líder rural, o deputado sentiu na pele os efeitos catastróficos da escalada inflacionária que detonou as condições de mercado para a atividade e esfacelou as cooperativas agrícolas forçando milhares a abandonarem o campo. Tudo isto, somado ao sucateamento da Ceagesp – Central de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, o principal canal de escoamento da produção agrícola.

A explanação de Junji tocou fundo o presidente e os diretores da Associação. “Fazia muito tempo que não aparecia no cenário político alguém com sabedoria, experiência e conhecimento de causa para falar em defesa das cadeias produtivas voltadas ao mercado interno”, analisou Madeira.

Vivência
Surpresos com o conhecimento e eloquência do deputado federal Junji Abe, os diretores da Aeasp quiseram saber mais sobre a história do homem – conhecido e respeitado no meio agrícola – que havia chegado à Câmara Federal depois de ter sido vereador, três vezes deputado estadual e outras duas, prefeito de Mogi das Cruzes, sua cidade natal. O parlamentar contou-lhes algumas passagens da sua vivência, incluindo sua devoção ao cooperativismo e associativismo – “a única maneira de garantir aos pequenos condições de concorrer com os grandes no mercado econômico”.

Durante os dez anos em que atuou no Legislativo paulista, Junji presidiu a Comissão de Agricultura e Pecuária, sendo reconhecido entre os parlamentares como o maior especialista em agronegócio da Casa. Por 20 anos seguidos, comandou o Sindicato Rural de Mogi das Cruzes e, no mesmo período, integrou a diretoria da Faesp – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo.

Também participaram da reunião com Junji os diretores da Aeasp, Nelson de Oliveira Matheus Júnior, Luis Alberto Bourreau, Arildo Lopes de Carvalho, Victor M. Ventura Seco e Cicero Côrte Brilho, entre outros.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com