Flores e Plantas Ornamentais

Raio X da cadeia produtiva

Emenda de Junji ao Orçamento da União prevê liberação de R$ 200 mil para mapear setor no Brasil visando fortalecer atividade, com maior consumo interno e exportações

19/12/2011


Conseguir uma radiografia da cadeia produtiva e do mercado consumidor de flores no Brasil é o objetivo da emenda parlamentar apresentada pelo deputado federal Junji Abe (PSD-SP) à LOA – Lei Orçamentária Anual 2012. O pretendido estudo visa subsidiar as ações para dinamizar a estrutura produtiva, principalmente por meio de cooperativas, ampliar o consumo interno e incentivar as exportações.

“Não existe no País um levantamento preciso sobre a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais e nem sobre o mercado. Estas informações são preciosas para o planejamento e execução de ações voltadas a aprimorar a atuação de todos os elos da corrente e atender com eficiência quem compra os produtos”, explica o deputado.

Se acolhida pela presidente Dilma Roussef e incorporada ao Orçamento da União, a emenda de Junji garantirá a liberação de R$ 200 mil à Ocesp – Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo a fim de que a Veiling Holambra realize o mapeamento da cadeia produtiva e do mercado consumidor de flores.

Junji esclarece que a Veiling Holambra é o maior centro de comercialização de flores e plantas ornamentais do País, respondendo por 45% do mercado nacional, além de ter reconhecida atuação nos Estados Unidos e Europa. A cooperativa trabalha com mais de 400 fornecedores da macrorregião campineira e de outros grandes polos produtores.

Como presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, Junji aponta a escassez generalizada de informações sobre as cadeias produtivas como um dos principais entraves para o fortalecimento do setor. “Um dos principais desafios a serem vencidos é a sistematização dos dados para apurar o diagnóstico e, então, trabalhar nas soluções”, atesta, acrescentando ser imprescindível promover a maior sinergia entre os diversos atores.

Segundo o deputado, as cadeias produtivas de olerícolas (verduras, legumes, tubérculos e bulbos), champignon, mel e derivados e de outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno – todas abrangidas pela Pró-Horti – terão de passar por mapeamento completo, assim como o proposto para as flores.

O início do trabalho pela cadeia produtiva de flores se deve ao fato de a Veiling Holambra ser uma cooperativa já estruturada para traçar a radiografia. “Em outros tempos, teríamos as grandes cooperativas agrícolas, como Cotia e Sul Brasil, para fazer o mapeamento nas demais áreas, como a de hortaliças. Entretanto, ambas sucumbiram diante da escalada inflacionária e não surgiram outras com condições de assumir a tarefa”, analisa, ao evidenciar a necessidade de resgatar o sistema cooperativista na horticultura.

Para dimensionar a importância da produção nacional de flores e plantas ornamentais no fortalecimento do agronegócio brasileiro, Junji deu números – os únicos existentes até agora e que não englobam a cadeia toda. O segmento fechou o ano de 2010, movimentando nada menos que R$ 4,4 bilhões, sem incluir os valores referentes aos insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, por exemplo.

O significativo PIB – Produto Interno Bruto do setor vem do trabalho de 7,2 mil produtores que cultivam 9 mil hectares (90 milhões de metros quadrados) a céu aberto e em estufas, gerando 99 mil empregos diretos e 738 mil indiretos – somente em produção, transporte, atacado e varejo.

Mesmo assim, pontuou o deputado, o consumo nacional desses produtos é muito baixo no Brasil. Cada brasileiro gasta US$ 9 dólares, o equivalente a menos de R$ 17, por ano em flores e plantas ornamentais. Na Suíça, o gasto per capita anual é de US$ 174; na Noruega, US$ 164; na Áustria, US$ 109; na Holanda, US$ 80; nos Estados Unidos, US$ 58; Japão, US$ 45; e Inglaterra, US$ 30. Até o argentino compra mais que o brasileiro: US$ 25 por ano.

O baixo do consumo per capita de flores e plantas ornamentais no Brasil é uma situação que se repete com as hortaliças e frutas, como afirma Junji. Ele pondera que o quadro constroi mais um indicador de que “algo precisa ser azeitado” nas cadeias produtivas.

O pretendido mapeamento visa, por exemplo, apurar eventuais obstáculos que têm de ser eliminados para estimular o brasileiro a comprar mais. “Principalmente com o célere crescimento da classe média. O que o consumidor deseja? De que forma quer? Até quanto está disposto a gastar? Estas são algumas perguntas que, respondidas, abrirão caminho para a expansão e fortalecimento do setor no mercado interno e no exterior”, descreve Junji.

De acordo com o deputado, o crescimento do agronegócio tem impacto positivo direto sobre o bem-estar social. Com a expansão do setor, enumera Junji, “ganha toda cadeia produtiva, inclusive o consumidor que ganha em qualidade e preços, ganha a economia brasileira em aumento de receita, ganha a sociedade em empregos, renda e mais investimentos públicos em setores essenciais”, como educação, saúde e transportes.

Para que seja incluída no Orçamento de 2012, a emenda de Junji precisa ser sancionada pela Presidência da República. Normalmente, isso ocorre somente em fevereiro e após o Carnaval. Após a sanção presidencial e cerca de uma semana depois da publicação do Orçamento Geral no DOU – Diário Oficial da União, os ministérios transmitem aos gabinetes parlamentares a informação sobre as propostas aprovadas para que sejam formalizados os devidos convênios com o governo federal.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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