Abastecimento

Megacomplexo do agronegócio

Com uma emenda ao PPA, Junji defende nova central para substituir a precária unidade da Ceagesp, em prol de São Paulo e demais estados que dependem da produção agrícola paulista

06/01/2012


O PPA – Plano Plurianual 2012-2015 poderá trazer a redenção aos profissionais do setor agropecuário em São Paulo e nos demais estados brasileiros que dependem da produção paulista para garantir o abastecimento de alimentos, flores, plantas ornamentais e outros itens agrícolas. Basta a aprovação de uma emenda apresentada pelo deputado federal Junji Abe (PSD-SP) que propõe a implantação de um megacomplexo do agronegócio no Distrito Industrial do Taboão, Município de Mogi das Cruzes, região metropolitana do Estado.

De acordo com Junji, a instalação de uma moderna central de abastecimento na Grande São Paulo colocará fim ao drama vivido pelos atores das cadeias produtivas do setor, que são obrigados a enfrentar as deficiências cotidianas da obsoleta estrutura da unidade da Ceagesp – Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo, na capital paulista.

Para viabilizar o empreendimento, a emenda de Junji está enquadrada no programa de agropecuária sustentável, abastecimento e comercialização. Prevê um investimento global de R$ 1,5 bilhão, com aplicação inicial de R$ 500 milhões, em 2012, e de R$ 1 bilhão restantes nos anos seguintes, até 2015.

A proposta do parlamentar é juntar, num único local, as operações de comercialização e distribuição de produtos agrícolas e também de insumos – sementes, fertilizantes, defensivos, embalagens e afins – a todo Brasil. A unidade seria dotada de estruturas física e operacional adequadas, incluindo sistemas para leilões eletrônicos, além de oferecer pavilhão de exposições, espaços para eventos e equipe de assistência técnica ao produtor, entre outros recursos.

Se aprovado pelo governo federal, explica Junji, o empreendimento teria área construída de aproximadamente 250 mil metros quadrados (m²) para comportar a circulação diária de cerca de 50 mil pessoas e a perspectiva de comercialização da ordem de 10 mil toneladas por dia. A proposta prevê a implantação do megacomplexo em área de logística privilegiada para as atividades do agronegócio, como acentua o deputado.

Junji informa que o Distrito do Taboão, em Mogi das Cruzes, fica no eixo São Paulo-Rio de Janeiro, às margens da Rodovia Carvalho Pinto e vizinha do Rododanel paulista, com fácil acesso ao litoral e a outros polos de negócios, além de contar com um Terminal Intermodal (ferroviário e rodoviário).

Na visão do deputado, o megacomplexo viria para “compensar mais de meio século de atraso estrutural e operacional” dos entrepostos, conhecidos Ceasas, que funcionam de forma inadequada em prejuízo da cadeia produtiva completa – desde os produtores até os consumidores.

O caos domina o principal centro de comercialização da América Latina, como classifica Junji, referindo-se à unidade paulistana da Ceagesp, na Vila Leopoldina. “Não tem terreno para ampliação e, de três a quatro vezes por ano, as mercadorias são perdidas nas águas das enchentes”, descreve, adicionando que há ainda as dificuldades do trânsito, agravadas pela proibição ao tráfego de caminhões em extensos horários, ao longo de amplos e importantes trechos da Capital, como as Marginais do Tietê e Pinheiros. A autorização para o transporte de produtos perecíveis pelas vias restritas é alvo de um trabalho desenvolvido pelo deputado junto à Prefeitura paulistana (veja links abaixo).

Como exemplo de estrutura obsoleta, o deputado cita os espaços internos da Central, projetados para veículos de carga com um eixo traseiro – capacidade para oito toneladas. Contudo, completa, desde 1990, os caminhões têm três eixos traseiros para comportar 40 toneladas.

Integrante da diretoria da Frente Parlamentar em Defesa das Centrais de Abastecimento Interno – Ceasas, Junji fala que o projeto do megacomplexo, instalado no local sugerido, garantirá às cadeias produtivas um canal ágil e eficiente de comercialização, proporcionando ao consumidor brasileiro abastecimento apropriado, com produtos de melhor qualidade e menores preços, em função da redução de custos e perdas.

Ainda na opinião do parlamentar, o investimento é de fundamental importância para fortalecer o associativismo e o cooperativismo rural, promover a implantação e modernização da infraestrutura de apoio à produção agropecuária, incluindo medidas estruturantes de aperfeiçoamento dos serviços relativos ao desenvolvimento do setor.

O megacomplexo idealizado por Junji tem outra função social: combater o êxodo rural ampliado pelas sucessivas desistências de famílias contempladas com terras no programa federal de reforma agrária. Segundo o parlamentar, o pretendido empreendimento poderia incluir um centro de formação técnica de lideranças e multiplicadores no segmento da policultura.

Perseguindo a meta de revolucionar o conceito de reforma agrária, Junji é categórico em afirmar que “não adianta dar um pedaço de terra a uma família, proporcionar o capital inicial e deixá-la lá. Por mais boa vontade que tenha o beneficiado, não conseguirá bancar nem o próprio sustento e, em pouco tempo, terá desistido da atividade e voltado para os bolsões urbanos de miséria”.

Os futuros beneficiados com a cessão de terras por parte do governo federal precisam receber, antes, todo treinamento e, depois, assistência técnica para produzir com eficiência e rentabilidade, como recomenda Junji. Ele diz que a formação de profissionais especializados na difusão de técnicas de plantio, estratégias de comercialização, organização em cooperativas e outros temas relacionados à atividade poderia ser realizado no megacomplexo do agronegócio.

Reforçando a necessidade do empreendimento, Junji argumenta que “seria um passo gigantesco para fortalecer o agronegócio, atender às necessidades de todas as cadeias produtivas do setor, beneficiando e muito o consumidor final, além de gerar agentes de formação rural para corrigir o equivocado modelo de reforma agrária usado pelo governo”.

Leia mais sobre o trabalho de Junji para superar a restrição ao tráfego de caminhões em São Paulo, que coloca em risco o abastecimento de hortifrútis no Brasil:
Audiência com o secretário municipal de Transportes
Comissão de lideranças.
Grupo técnico


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com