Interesses Comerciais

Dossiê confirma manipulação de ambientalistas

Tradução juramentada de documento norte-americano descreve estratégia de municiar brasileiros com inverdades sobre prejuízos ambientais para vencer guerra comercial no mercado mundial

15/02/2012


De autoria da sociedade agropecuária norte-americana, um dossiê demonstra o papel dos ambientalistas na batalha para elevar a competitividade dos Estados Unidos no mercado mundial, com foco nos setores agrícola e madeireiro, a partir da eliminação do seu principal concorrente no planeta: o Brasil. “Fazendas aqui, florestas lá” é o título do documento que causou polvorosa em reunião da bancada ruralista, nesta quarta-feira (15/02/2012).

“É mais uma prova daquilo que temos mostrado sistematicamente. Ou seja, a clara manipulação de ambientalistas brasileiros por grupos econômicos norte-americanos para travar a expansão agropecuária no Brasil, em função de interesses comerciais”, disparou o deputado federal Junji Abe (PSD-SP), ao criticar a condição de marionetes a que se submetem muitas ONG’s financiadas com capital estrangeiro para “exterminar o agronegócio” nacional.

Mais do que um texto em inglês, o material em poder da bancada ruralista é a tradução juramentada do documento norte-americano, obtida pelo deputado Bernardo Santana (PR-MG). De acordo com Junji, o próprio título do dossiê sintetiza o conteúdo: “O termo ‘fazendas aqui’ quer dizer atividade produtiva nos Estados Unidos, enquanto a expressão ‘florestas lá’ sintetiza a pregação contra o suposto desmatamento tropical no Brasil para tirar do páreo o agronegócio brasileiro”.

No extenso dossiê, são descritas as estratégias para municiar de inverdades organizações ambientalistas norte-americanas que, por sua vez, devem insuflar os companheiros da causa ambiental no Brasil para brecar o crescimento da agropecuária brasileira. “Tudo em defesa da natureza quando, na verdade, o motor das ações são os negócios no mercado internacional, favoráveis aos Estados Unidos”, acusou Junji.

No rol dos supostos prejuízos ambientais elencados no documento, figuram os efeitos da expansão da produção agrícola brasileira no aquecimento global, o ritmo do aumento da emissão de gás carbônico no planeta por conta da atividade rural nacional e os desmatamentos provocados pela agropecuária nacional. De acordo com Junji, a meta é transformar os ambientalistas brasileiros em massa de manobra para elevar a competitividade norte-americana no mundo, focando o agronegócio – setor onde o Brasil detém a dianteira.

Na visão de Junji, é “cristalino” o interesse de grupos ambientalistas em atacar o agronegócio nos debates em torno do novo Código Florestal. “Basta observar que os supostos defensores da natureza ignoram as milhares de ocupações irregulares às margens de rios e córregos, na zona urbana”, criticou ele, emendando: “A existência de mansões à beira do Lago Paranoá, aqui em Brasília, por exemplo, não é agressão ambiental? Por quê só a produção agrícola paga o pato?”.

O deputado acrescentou que corporações empresariais norte-americanas utilizam estratégia semelhante para ampliar as reservas indígenas no País, em detrimento de áreas cultiváveis disponíveis para a expansão agropecuária.

Leia mais sobre a Reunião da bancada ruralista


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com