Pronunciamento

Em defesa da Imprensa livre

Em discurso na Câmara, Junji aponta que fiscalização e denúncias são importantes contribuições para consolidar a democracia no Brasil com ética e moral

12/03/2012


O deputado federal Junji Abe (PSD-SP) usou a tribuna da Câmara para destacar a importância da Imprensa livre na consolidação da democracia brasileira. “Ao criticar atitudes, força a execução de medidas corretivas. Ao denunciar ilegalidades, consegue estancar – ainda que temporariamente – a teia de negociatas podres e acelerar ações para combater a impunidade. Ao democratizar a informação, estimula o senso-crítico da população (mesmo que em processo gradativo) e impulsiona a evolução social”.

Como ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, o parlamentar contou que aprendeu muito com as críticas da Imprensa. “Quanto maior a transparência de um governo, menor é o desgaste causado por contestações”, comparou, adicionando que é preciso “usar com sabedoria e bom senso” o instrumento da comunicação, inerente ao ser humano.

Pontuando que “é nosso dever preservar os pilares da democracia, conquistada neste País ao preço de muitas vidas ceifadas”, Junji afirmou que a existência de uma Imprensa livre diferencia o Brasil de povos reféns de governos autoritários e ditaduras. Ele lembrou que a Imprensa da América Latina acabou de sofrer mais um golpe na tentativa de conter a liberdade de expressão.

Como exemplos da violação da liberdade de Imprensa, Junji citou a perseguição implacável do jornalismo pela presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o sigilo sobre a doença do presidente venezuelano Hugo Chávez e o episódio do “perdão” dado pelo presidente equatoriano Rafael Correa a jornalistas condenados pela justiça por o terem atacado por meio do Jornal El Universo. O deputado observou que a remissão só foi concedida por pressão da sociedade, por conta dos efeitos negativos da repercussão internacional do caso. E completou: o governo tinha a clara intenção de desencorajar novos artigos críticos.

De acordo com Junji, “ainda que saibamos que nossa Imprensa não é infalível, temos de evitar, com todas as forças, que seja amordaçada”. Ele assinalou que a Imprensa livre é um “ícone da democracia”. Se cerceada, advertiu o parlamentar, não tardará para que venham outros tipos de censura até o ápice de um regime absolutista.

Na visão do deputado, ninguém pode negar o valor da Imprensa, por mais que haja falhas, tendências – explicitas ou não – e jogos de interesses. “É uma das dádivas da liberdade de expressão que permite à mídia esmiuçar fatos, investigar atos e colocar, às claras, muitas das práticas ilícitas, atos de corrupção e indecências que permaneceriam ocultas em mentes desprovidas de consciência”, defendeu em seu discurso. Quem viveu os anos sombrios da ditadura brasileira “tem gravado na alma”, segundo Junji, o significado de privação da liberdade.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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