Flores e Plantas

Deputado integra Câmara Setorial

Indicado pela Câmara, deputado passa a fazer parte do colegiado do Ministério da Agricultura que visa estimular o desenvolvimento da cadeia produtiva, com competitividade e sustentabilidade

02/05/2012


O deputado federal Junji Abe (PSD-SP) é o mais novo integrante da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Formado por representantes do governo e de entidades do setor privado nos diversos elos da corrente produtiva, o colegiado visa estimular o desenvolvimento do segmento, com competitividade e sustentabilidade.

A participação de Junji no grupo acolhe indicação do deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE), presidente da Capadr – Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, órgão técnico da Câmara de que o deputado faz parte como membro titular. “É uma grande satisfação poder integrar a Câmara Setorial, contribuindo com o fortalecimento de um segmento tão importante para o agronegócio brasileiro, que também responde por 99 mil empregos diretos e 738 mil indiretos – somente em produção, transporte, atacado e varejo”, manifestou-se o parlamentar.

As diretrizes do trabalho a ser empreendido pela Câmara Setorial constam da Agenda Estratégica 2010-2015, que ordena, organiza, sistematiza e racionaliza as ações e metas do colegiado. O documento proporciona condições de ampliar as discussões além das questões pontuais para tratar de assuntos conjunturais. “A principal missão é agir pensando no futuro, a partir da concretização de planos de médio e longo prazo”, definiu Junji, ao destacar que o colegiado objetiva contemplar a cadeia produtiva como um todo.

Junji participa da Câmara Setorial substituindo o falecido deputado Moacir Micheletto (PMDB-PR). “É uma responsabilidade ainda maior, considerando os reconhecidos méritos do saudoso Micheletto na defesa da agropecuária nacional”, ponderou o parlamentar que também registra um avantajado histórico de luta em benefício do setor agrícola, acumulando mais de 50 anos de atuação como líder rural. Pertence à terceira geração da família Abe na agricultura. Atualmente, destaca-se entre os grandes produtores de orquídeas do Estado de São Paulo.

A relação umbilical de Junji com a agricultura e o indiscutível conhecimento que detém sobre o setor motivaram sua indicação para a Câmara Setorial. O deputado também idealizou e preside a Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, que reúne mais de 230 congressistas adeptos da proposta de compor um braço político para sensibilizar o governo a dar atenção a essas categorias excluídas de qualquer incentivo.

A Pró-Horti abrange as cadeias produtivas de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite de pequeno porte, flores, plantas ornamentais e outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno. São culturas que, segundo Junji, não recebem qualquer incentivo governamental porque não se enquadram nos critérios de agricultura familiar, amparada pelo Pronaf, e nem são produtos de exportação que geram commodities e respondem pelo superávit brasileiro, como os do setor sucroalcooleiro, citricultura, cafeicultura e sojicultura, entre outros.

Para dimensionar a importância da produção nacional de flores e plantas ornamentais no fortalecimento do agronegócio brasileiro, Junji deu números – os únicos existentes até agora e que não englobam a cadeia toda. O segmento fechou o ano de 2010, movimentando nada menos que R$ 4,4 bilhões, sem incluir os valores referentes aos insumos, como sementes, fertilizantes e defensivos agrícolas, por exemplo. O significativo PIB – Produto Interno Bruto do setor vem do trabalho de 7,2 mil produtores que cultivam 9 mil hectares (90 milhões de metros quadrados) a céu aberto e em estufas.

Mesmo assim, pontuou o deputado, o consumo nacional desses produtos é muito baixo no Brasil. Cada brasileiro gasta US$ 9 dólares, o equivalente a menos de R$ 17, por ano em flores e plantas ornamentais. Na Suíça, o gasto per capita anual é de US$ 174; na Noruega, US$ 164; na Áustria, US$ 109; na Holanda, US$ 80; nos Estados Unidos, US$ 58; Japão, US$ 45; e Inglaterra, US$ 30. Até o argentino compra mais que o brasileiro: US$ 25 por ano.

O baixo do consumo per capita de flores e plantas ornamentais no Brasil é uma situação que se repete com as hortaliças e frutas. Junji disse que o quadro constroi mais um indicador de que “algo precisa ser azeitado” nas cadeias produtivas. Ele apontou a escassez generalizada de informações sobre as cadeias produtivas como um dos principais entraves para o fortalecimento do setor. “Nosso principal desafio é a sistematização dos dados para apurar o diagnóstico e, então, trabalhar nas soluções”, atestou, defendendo também a maior sinergia entre os diversos atores.

Quanto ao segmento de flores e plantas ornamentais, Junji estreou na Câmara Federal propondo uma emenda à LOA – Lei Orçamentária Anual de 2012. Acolhida pela União, a proposta destina R$ 200 mil para a elaboração de uma radiografia da cadeia produtiva e do mercado consumidor de flores no Brasil.

De acordo com Junji, os recursos serão repassados à Ocesp – Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo a fim de que a Veiling Holambra realize o estudo destinado a subsidiar as ações para dinamizar a estrutura produtiva, principalmente por meio de cooperativas, ampliar o consumo interno e incentivar as exportações.

A Veiling Holambra é o maior centro de comercialização de flores e plantas ornamentais do País, respondendo por 45% do mercado nacional, além de ter reconhecida atuação nos Estados Unidos e Europa, como explicou Junji. A cooperativa trabalha com mais de 400 fornecedores da macrorregião campineira e de outros grandes polos produtores.

Ao pontuar que não existe no Brasil um levantamento preciso sobre a cadeia produtiva de flores e plantas ornamentais e nem sobre o mercado do setor, Junji assinalou que o diagnóstico técnico a ser elaborado com recursos financeiros do governo federal trará “informações preciosas para o planejamento e execução de ações” voltadas a aprimorar a atuação de todos os elos da corrente e atender com eficiência quem compra os produtos.

Apurar eventuais obstáculos que têm de ser eliminados para estimular o brasileiro a comprar mais é uma das metas do mapeamento. “Principalmente com o célere crescimento da classe média. O que o consumidor deseja? De que forma quer? Até quanto está disposto a gastar? Estas são algumas perguntas que, respondidas, abrirão caminho para a expansão e fortalecimento do setor no mercado interno e no exterior”, descreveu Junji.

As cadeias produtivas de olerícolas (verduras, legumes, tubérculos e bulbos), champignon, mel e derivados e de outros itens destinados ao abastecimento do mercado interno – todas abrangidas pela Pró-Horti – terão de passar por mapeamento completo, assim como o proposto para as flores, como detalhou o deputado.

O início do trabalho pela cadeia produtiva de flores se deve ao fato de a Veiling Holambra ser uma cooperativa já estruturada para traçar a radiografia. “Em outros tempos, teríamos as grandes cooperativas agrícolas, como Cotia e Sul Brasil, para fazer o mapeamento em áreas como a de hortaliças. Entretanto, ambas sucumbiram diante da escalada inflacionária e não surgiram outras com condições de assumir a tarefa”, analisou.

O crescimento do agronegócio tem impacto positivo direto sobre o bem-estar social. Com a expansão do setor, enumerou Junji, “ganha toda cadeia produtiva, inclusive o consumidor que ganha em qualidade e preços, ganha a economia brasileira em aumento de receita, ganha a sociedade em empregos, renda e mais investimentos públicos em setores essenciais”, como educação, saúde e transportes.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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