Vigilância Popular

Defesa de reformas

Profunda reformulação constitucional e permanente fiscalização da sociedade são, segundo Junji, os principais meios de combater a corrupção que deteriora classe política

29/08/2012


Adepto de uma profunda reforma político-partidária, o deputado federal Junji Abe (PSD-SP) pregou a necessidade de reduzir o número de partidos políticos, dos atuais 30 para cinco, como meio de “combater mazelas que contaminam a classe política”. Durante a entrevista para o programa “Memórias Mogianas”, dos alunos de Jornalismo da UMC – Universidade de Mogi das Cruzes, o parlamentar disse que o recém-lançado PSD – Partido Social Democrático, de que faz parte, aglutinou os políticos que, como ele, desejam profundas mudanças na Constituição com a participação direta da população, longe do “balcão de negócios” vigente entre poder público e agremiações partidárias.

O PSD se consolidou como o quarto maior partido do País, como ressaltou Junji. A legenda propõe que, em 2014, além dos deputados federais e senadores, os eleitores votem em um terceiro parlamentar que, com dois anos de mandato, teria a incumbência de revisar a Constituição Federal. O grupo de constituintes não receberia salário e nem seria integrado por congressistas já eleitos. “Impossível é conviver com remendos constitucionais e improvisações oportunistas, enquanto um pacto federativo superado impõe a municípios, Estados e à própria União limitações, constrangimentos e falta de recursos para dar aos brasileiros serviços dignos de saúde, educação, segurança, justiça e oportunidade igual para todos”, justificou.

Em resposta à aluna Angélica Ribeiro, Junji elencou, na lista de alterações fundamentais, o fim da reeleição para cargos no Executivo, extensão do mandato de quatro para cinco anos, coincidência de mandatos para evitar que o País pare a cada dois anos por causa de eleições, regras claras para doações às campanhas eleitorais e implantação de eleições distritais mistas para que o povo possa fiscalizar com eficiência e cobrar com rigor os parlamentares.

Segundo Junji, as reformas político-partidária, tributária, previdenciária e trabalhista, entre outras medidas essenciais para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, só serão realidade com uma profunda reformulação constitucional, executada por brasileiros com elevado espírito público, despojados de ideologia partidária e fora de qualquer função pública.

Instado a falar sobre o julgamento do mensalão, Junji foi categórico em afirmar que os ministros do STF – Supremo Tribunal Federal “têm a obrigação moral de dar uma demonstração inequívoca de credibilidade do Poder Judiciário, aplicando as devidas punições aos réus do maior escândalo de corrupção da história do País”.

O aluno Luiz Araújo quis saber como conter a sanha de obras superfaturadas que se espalham pelo País. De um lado, o Brasil precisa aderir mais ao formato das PPP – Parcerias Público-Privadas para que grandes investimentos deixem de ser efetivados com recursos públicos, como apontou Junji. “Acima de tudo, sociedade precisa vigiar sempre. Com a imprescindível colaboração da Imprensa que tem um papel crucial para ajudar a frear negociatas e a prática de corrupção”, completou, ao apregoar a necessidade de preservar, “a todo custo”, a liberdade dos meios de comunicação.

Eric Pereira perguntou a opinião do deputado sobre a obrigatoriedade do diploma para exercer o jornalismo. “Jornalista não é mero escritor nem contador de estórias. Apura, investiga, pesquisa, verifica, compara, entrevista, analisa, volta a questionar e, só então, começa a escrever”, apontou, expressando integral respaldo à PEC dos Jornalistas para corrigir a distorção da decisão judicial que dispensou a exigência do diploma.

Leia mais sobre a entrevista.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com