Pronunciamento

Elos fortes da cadeia produtiva

Em discurso na tribuna da Câmara, Junji clama pela atuação da indústria, comércio e serviços, ligados ao agronegócio, em defesa dos produtores rurais, base da sua atividade

13/09/2013


O que será dos milhares de trabalhadores das poderosas indústrias de tratores, de fertilizantes, de máquinas agrícolas e tantas outras ligadas ao agronegócio, se os agricultores abandonarem o campo? Da mesma forma, como ficará o comércio de alimentos – das grandes redes às pequenas quitandas –, sem seu principal fornecedor? E o que dizer dos serviços, como o setor de transportes, caso desapareça a carga elementar de suas caçambas? As questões foram colocadas, na tribuna da Câmara, pelo deputado federal Junji Abe (PSD-SP) para evocar os elos fortes da cadeia produtiva em defesa dos produtores rurais.

Presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, produtor rural desde que se conhece por gente e com um histórico de mais de 50 anos como líder agrícola, Junji chamou a atenção dos demais atores das cadeias produtivas do agronegócio. “Já passou da hora de voltarem seus olhos e cuidados para as raízes. De enxergarem nos agricultores a base da sua subsistência, a razão da sua existência”, clamou.

“Na defesa dessa atividade tão importante para o País, o agronegócio, advindo da agricultura de uma forma geral, não tem tido a parceria dos outros setores que vivem em função dos produtores rurais”, afirmou Junji, ao evidenciar que os agricultores vêm lutando sozinhos, ao lado de suas entidades representativas, para tentar superar gigantescos obstáculos. Se vitoriosos, estenderão os benefícios a toda corrente produtiva. Se derrotados, ponderou o deputado, os prejuízos serão não apenas compartilhados como poderão ocasionar a derrocada de um vasto leque de atividades dependentes do homem do campo.

Quantos industriais e trabalhadores de máquinas e implementos agrícolas vieram fazer coro na guerra contra a injusta expulsão de míni e pequenos produtores das margens dos cursos d’água, onde plantam há séculos, sem causar danos ambientais? “Sim, senhoras e senhores, os elos mais fortes da cadeia produtiva se mantiveram alheios à jornada dolorosa que empreendemos, sem sucesso, nesta Casa para poupar 4,5 milhões de pequenos agricultores da injusta medida enxertada no novo Código Florestal”, atestou Junji, referindo-se à obrigatoriedade de desocupação do entorno de rios, córregos e afins, com a consequente recuperação da área com mata nativa.

Segundo o deputado, os produtores são “o elo mais fraco” da corda do agronegócio. “Não têm o devido reconhecimento da população que alimentam no País e fora dele, assim como não contam com o apoio dos setores que sobrevivem do seu trabalho”. Junji lembrou que a indiferença em relação aos agricultores prossegue em embates, como a multiplicação abusiva de terras indígenas com a expulsão de pequenos lavradores e sua transformação em sem-terra.

Em seu pronunciamento, nesta quinta-feira (12/09/2013), Junji disse que ocupava a tribuna para “em alto e bom som, fazer com que, efetivamente, as partes que se sustentam através do pequeno agricultor, da agricultura familiar, do médio produtor e do grande produtor venham socorrer o setor na sua representatividade, diante de uma sociedade que acaba, cada vez mais, esquecendo suas raízes”.

Mais do que esquecer as raízes, classificou Junji, a indiferença dos demais elos da corrente do agronegócio enfraquece o produtor rural na defesa da economia brasileira. “Ando por vários municípios, não só do meu Estado, visitando pequenas cidades onde a agricultura é a fonte principal da base econômica. Coitados desses pequenos produtores, coitada da agricultura familiar! Todos isolados, sem nenhuma representatividade que possa acudi-los. Fico triste, senhoras e senhores, porque a cadeia produtiva não se completa”, lamentou o deputado, mantendo a expectativa de que o apelo surta efeito junto aos setores do agronegócio, alheios às dificuldades enfrentadas no campo.

Veja o discurso de Junji


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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