Horticultura

Variedade é a palavra-chave

Em evento da Embrapa Hortaliças, no Dia Mundial da Alimentação, Junji prega a diversificação tanto no cardápio como no setor produtivo para elevar qualidade de vida dos consumidores e melhorar resultados no campo

16/10/2013


Há 842 milhões de habitantes passando fome no planeta. No Brasil, 6% da população sofrem de desnutrição, o que representa 12 milhões de pessoas. Em 2050, o mundo terá 9,1 bilhões de moradores, o que demanda um aumento de 70% na produção de alimentos. Ao citar os dados da FAO – Organização Mundial para Agricultura e Alimentação, o deputado federal Junji Abe (PSD-SP) elegeu a palavra variedade como chave, tanto para uma dieta alimentar balanceada como para trazer melhores resultados aos produtores, principalmente, os míni, pequenos e agricultores familiares.

“No cotidiano, as pessoas precisam adquirir o hábito de consumir produtos variados, porque o organismo necessita de nutrientes vindos de diversas fontes para ser saudável. No campo, o pequeno produtor deve aproveitar, ao máximo, a área de que dispõe, conciliando o plantio de diferentes alimentos e até pequenas criações, desenvolvendo a chamada policultura”, detalhou Junji, ao assinalar que, em ambos os casos, “a diversificação traz excelentes resultados, mas depende do conhecimento, do acesso à informação”.

As considerações de Junji foram feitas nesta quarta-feira (16/10/2013), em Brasília, durante evento especial preparado pela Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças em alusão ao Dia Mundial da Alimentação. Presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, o deputado evidenciou a importância da instituição e de todas as demais organizações brasileiras que se dedicam à pesquisa, “pilar número um” para o fortalecimento e expansão da agricultura.

Engana-se quem pensa que somente as pessoas mais abastadas têm dieta alimentar equilibrada. Segundo a médica nutróloga Clara Takaki Brandão, no mundo inteiro, as famílias mais ricas alimentam-se de modo totalmente equivocado e, portanto, desequilibrado. A situação contrasta com a registrada nos segmentos menos favorecidos onde, com menos recursos, a alimentação é de melhor qualidade. “A prática de hábitos alimentares saudáveis independe de classe econômica”, sintetizou Junji.

Assim como Junji, a médica frisou que a boa qualidade nutricional da alimentação está baseada na ingestão de produtos variados, principalmente de verduras, legumes e frutas, ao lado de grãos, leite, ovos e peixes, e em menor quantidade, de carnes vermelhas. “Não é questão de dinheiro, mas sim, de informação. É possível ter um cardápio saudável gastando pouco, porque se aproveitam frutas de época e hortaliças em abundância no mercado, que ficam bem mais baratas”, comentou o deputado, ao pontuar que o produtor tem um papel de extrema importância para garantir a variedade de opções ao consumidor.

Ao discursar para os participantes do evento, Junji lembrou que muitas regiões paulistas, prósperas na policultura, acabaram dominadas pela cultura da cana de açúcar. É o caso da cidade de Osvaldo Cruz, onde os usineiros vêm dispensando o arrendamento de terrenos não planos, em função da dificuldade dos tratos culturais mecanizados. A situação desespera os agricultores que temem ser obrigados a abandonar o campo.

O resgate da policultura, orientou Junji, é o caminho para que esses produtores permaneçam na atividade agrícola, com bons resultados, “em vez de migrarem para as cidades como favelados”. Em sua propriedade, detalhou ele, o pequeno produtor pode cultivar com eficiência variedades de verduras e legumes, além de ter um plantel de galinhas poedeiras e outras criações.

Nesse contexto, ponderou Junji, a Embrapa Hortaliças “orquestra as bases para avanços extraordinários”. Graças aos esforços dos especialistas em pesquisa e desenvolvimento, dimensionou ele, a instituição inseriu mais de 50 novas cultivares no mercado, alavancando o fortalecimento do agronegócio brasileiro. “O próprio evento alusivo ao Dia Mundial da Alimentação confirma o empenho”, observou, ao destacar que a data marca a iniciativa da organização de lançar o “Manual de Produção de Hortaliças Tradicionais” e realizar um Dia de Campo para mostrar os métodos de produção destes alimentos, como taioba, serralha, ora-pro-nobis, araruta, vinagreira, mangarito, jacatupé, peixinho e azedinha, entre outras.

Ainda em seu pronunciamento, Junji manifestou os agradecimentos ao trabalho da Embrapa, da Embrapa Hortaliças e demais órgãos vinculados aos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e de Desenvolvimento Agrário. “Com pesquisa, tecnologia e inovação, estas instituições vêm desenvolvendo programas, como Pronaf, Fome Zero, Produzir e outros, delineados para tirar da desnutrição a parcela da nossa sociedade que ainda sofre com a fome, e lutando para reduzir as gigantescas desigualdades sociais existentes no País”.

Produtor rural desde que se conhece por gente, Junji pertence à terceira geração da família Abe na agricultura. Presente ao evento como convidado da diretoria da Embrapa Hortaliças, o deputado enalteceu os avanços registrados pela instituição dentro e fora do Brasil. Como exemplo no exterior, citou o auxílio dado a países do continente africano onde se fala a Língua Portuguesa. Em parceria com a agência de cooperação internacional do Japão, JICA, a organização nacional exporta tecnologia na área de horticultura.

Também participaram da solenidade o presidente Maurício Antonio Lopes, o diretor Executivo de Pesquisa e Desenvolvimento, Ladislau Martins Neto, e o chefe do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento, Celso Moretti – todos da Embrapa –; o chefe-adjunto de Tecnologia da Informaçãoda Embrapa Hortaliça, Warley Marcos Nascimento; e Gustavo Kauark Chianca , representando a FAO, além do deputado federal Alceu Moreira (PMDB-RS).


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
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