Pronunciamento

Homenagem ao ex-vereador

Junji manifesta pesar pelo falecimento de Ivan Siqueira, de Mogi das Cruzes, a quem ele define como ‘único no modo de defender, com absoluta devoção, tudo em que acreditou’

18/03/2014


Em pronunciamento na tribuna da Câmara Federal, nesta terça-feira (18/03/2014), o deputado federal Junji Abe (PSD-SP) prestou homenagem póstuma ao ex-vereador e jornalista Ivan Siqueira, que marcou Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. “Não apenas porque foi o parlamentar com mais tempo de mandato na história da Câmara de Vereadores. Mas, porque foi único no modo de defender, com absoluta devoção, tudo em que acreditou”.

Falecido na sexta-feira (14/03), aos 82 anos de idade, depois de atirar contra a própria cabeça, em frente ao túmulo da família, no Cemitério São Salvador, Ivan Siqueira foi lembrado por Junji em vida. Na abertura do discurso, o deputado fez alusão ao filme “O Último Samurai”. Ele citou uma das cenas finais quando o personagem principal reverencia o imperador japonês, entregando-lhe a espada de um samurai morto em combate por defender suas ideias e seu povo. Comovido, o imperador pergunta como o guerreiro morreu. O protagonista ergue os olhos e responde: "Vou lhe contar como ele viveu”.

“Vou contar um pouco de como viveu Ivan Nunes Siqueira, um samurai dos tempos modernos”, afirmou Junji, ao destacar que ele “foi único na forma de fazer política”, graças à “personalidade marcante, temperamento forte, oratória impecável, habilidade invejável e paixão extrema”. O político venceu oito eleições e atuou no Parlamento mogiano por 34 anos. Presidiu a Câmara por quatro vezes – em 1973, 1974, 1998 e 1999.

Junji contou que era Siqueira quem comandava a Câmara, quando ele estreou na vida pública como vereador, em 1973. O então presidente, rememorou, coordenou a transferência da Casa, que funcionava no Teatro Vasques, para um imóvel maior e melhor estruturado: a antiga agência do Banco do Brasil, na Rua Barão de Jaceguai, Centro da Cidade.

Naquela época, Junji teve a oportunidade de conviver melhor com Siqueira, “o político voraz, de discursos impagáveis e atitudes polêmicas”. Em seu discurso, o deputado lembrou que o ex-vereador, “independentemente de estar do lado certo ou errado de uma questão, ostentava com vigor seu ponto de vista e sempre tinha argumentos”. Com impetuosidade, inteligência e perspicácia, prosseguiu, “despertava amor ou ódio em quem o conhecia; nunca indiferença”.

Ainda em seu pronunciamento, Junji assinalou que Siqueira não tinha papas na língua e nem sempre era compreendido. Porém, nunca deixou de ser respeitado por correligionários ou opositores. “Ninguém negava seu profundo conhecimento de Mogi das Cruzes. E dos bastidores políticos da Cidade”, pontuou, ao relatar que o ex-vereador publicou, em 2010, o livro "As histórias que Mogi desconhece". Outros tantos “causos inimagináveis” ficaram para uma segunda obra que não veio. “Levou com ele os fatos não publicados”.

Ivan Siqueira sempre dividiu seu tempo, entre a Câmara e emissoras de rádio e jornais da Cidade, onde comentou notícias e escreveu colunas, sempre voltadas para a política, como observou Junji. Apesar de não ter sido reeleito nas três últimas disputas eleitorais para a vereança, pontuou o deputado, ele “nunca deixou de ser um exímio político”.

Junji pinçou também a solidariedade e fidelidade de Siqueira com aqueles a quem tinha como amigos. “Não interessava a acusação e nem quantos a sustentavam. Se afetava um amigo, lá estava ele como primeiro a fazer a defesa. E o fazia com tanta fé que parecia não haver em seu coração a mínima dúvida daquilo que estava afirmando”, testemunhou.

Na avaliação de Junji, o grande mérito de Ivan Siqueira foi usar toda sua habilidade e paixão para lutar bravamente contra a ditadura militar. “Ele foi perseguido, preso e julgado pela Justiça Militar, sem jamais esmorecer em sua crença na democracia”. O ex-vereador deixou a esposa Elisa Torrezani Siqueira e os filhos Ivan Júnior, Marcos José e Márcio Roberto, além de netos e um grande número de admiradores.

Para compensar o pouco tempo disponível ao pronunciamento, Junji entregou o texto por escrito a fim de registrá-lo na Casa. Concluindo o discurso, o deputado transmitiu as condolências aos familiares e declarou: “Contando um pouco sobre como ele viveu, deixo ao samurai moderno o meu adeus e a esperança de que ele descanse em paz”.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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