Lideranças defendem iniciativa

Em audiência na Comissão da Agricultura, coordenada por Junji, dirigentes agrícolas apoiam data nacional para celebrar alimento como forma de orientar a população e incentivar consumo

10/06/2014

Lideranças do agronegócio defenderam, por unanimidade, a iniciativa do deputado federal Junji Abe (PSD-SP) de propor a instituição do Dia Nacional do Ovo como forma de orientar a população e incentivar o consumo. As manifestações ocorreram, nesta terça-feira (10/06/2014), durante audiência pública da Capadr – Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, realizada a pedido do parlamentar.

Representando o presidente da OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas, Pedro Rodrigues Alves Silveira, foi o primeiro expositor. Com o auxílio de um projetor multimídia, ele focou nos principais motivos para instituir o Dia Nacional do Ovo. No elenco destacado pelo líder rural, figuram a valorização oficial da cadeia produtiva, incentivo às ações para promoção do produto, oportunidade para levar informações aos consumidores, criação de ambiente propício para ações a favor do consumo e fortalecimento de toda corrente produtiva.

De toda riqueza gerada pelo agronegócio nacional, 10% vêm da avicultura. Movimentando R$ 36 bilhões por ano, o setor responde por 3% do PIB – Produto Interno Bruto brasileiro (soma de todos os bens e serviços gerados pelo País) e emprega mais de 4,5 milhões de pessoas de forma direta e indireta.

Ao expor esses dados, o diretor-técnico da APA – Associação Paulista de Avicultura, José Roberto Bottura, declarou que os números do segmento evidenciam a necessidade de uma data para celebrar o alimento de alto valor nutricional em território nacional. No evento, ele representou os presidentes da entidade, Érico Antônio Pozzer, e da ABPA – Associação Brasileira de Proteína Animal, Francisco Turra.

A avicultura registra produção anual de 28,7 bilhões de ovos, com o trabalho de 1,31 milhão de produtores em área cultivada de 33,6 mil por hectare, como completou Junji, com base em levantamento da Ubabef – União Brasileira de Avicultura e da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.

“O consumo de ovos no Brasil é ínfimo se comparado a outros países. Apesar de viver no 7º maior produtor do planeta, o brasileiro ingere apenas 160 ovos por ano, bem menos até que o mexicano, com ingestão anual de 365 unidades”, observou Junji, assinalando a urgência de incentivar as pessoas a incluírem os ovos com mais frequência em seu cardápio.

Endossando o comentário de Junji, João Tomelin, representante do presidente do Instituto Ovos Brasil, Ricardo Santin, apontou que a criação do Dia Nacional do Ovo é essencial para divulgar o alimento e estimular o aumento do consumo no País. Compartilhando das manifestações dos expositores, Wellington Koga, presidente do Sindicato Rural de Bastos e representante do presidente da Faesp – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo, Fábio Meirelles, sugeriu que a pretendida data em território nacional seja celebrada na segunda sexta-feira do mês de outubro, quando já se comemoram o Dia Mundial e o Dia Estadual.

Presidente da Associação de Produtores de Bastos e Região, Dario Hayashi Morishigue, dividiu com a plateia as experiências extraídas da luta para a criação do Dia Municipal do Ovo, comemorado na primeira sexta-feira de setembro, na cidade paulista de Bastos, reconhecida como a “Capital Nacional do Ovo”. “Nas escolas, as crianças sempre questionam por que não há uma data oficial brasileira para comemorar o ovo”.

Ainda na audiência, os participantes sugeriram que a melhor data para celebrar o Dia Nacional do Ovo é a segunda sexta-feira do mês de outubro, coincidindo com as comemorações em nível mundial e no Estado de São Paulo. Junji pretende incorporar a sugestão no projeto de Lei que elabora sobre o tema.

A realização da audiência pública com organizações ligadas ao segmento para debater a importância do assunto mostra que Junji venceu a primeira etapa para a apresentação do projeto de Lei voltado a instituir no território brasileiro uma data para celebrar o alimento de alto valor nutricional, visando incentivar o consumo no País.

A fim de apresentar o projeto de Lei que pretende instituir o Dia Nacional do Ovo, explicou Junji, é preciso aguardar a elaboração da ata da audiência pública, pela Capadr. Depois de aprovado pelo colegiado, o documento acompanhará a proposição, como determina a legislação (Lei nº. 12.345/2010) que fixa critério para instituição de datas comemorativas.

Junji informou que a iniciativa atende o município paulista de Bastos, o maior centro de produção de ovos no Brasil, e às entidades representativas da avicultura. Para se ter ideia, o 12º maior produtor individual de ovos do mundo está em terras bastenses. Trata-se da Granja Yabuta. Tradicionalmente, a Cidade realiza a Festa do Ovo que, neste ano, será no período de 18 a 20 de julho e estará em sua 55ª edição.

Um dos parlamentares presentes à audiência, o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP) fez questão de elogiar Junji: “Gostaria de cumprimentá-lo pela ousadia, determinação, apreço, trabalho árduo e eficiência, na luta em prol dos temas e trabalhos realizados na Capadr. Quero destacar também que sua atuação não visa apenas sua região, mas atende aos interesses de toda a Nação. Você é a honra desta Casa e deste Parlamento”.

Dieta alimentar
Presidente da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, o deputado federal Junji Abe acredita que a criação do Dia Nacional do Ovo contribuirá para estimular a população a incluir o alimento, com maior frequência, em sua dieta alimentar. Será providencial para a divulgação maciça dos principais benefícios do alimento como o alto valor nutricional, fácil preparo, digestão e absorção, o fato de suprir carências de vários nutrientes, como vitamina B12 e sais minerais, além do baixo custo – o que transforma o alimento em fonte de proteínas e nutrientes mais acessível que existe.

Na visão de Junji, a instituição da data também ajudará a sepultar, de vez, o conceito equivocado de que consumir muitos ovos faz mal ao coração. “É um mito difundido por décadas e só derrubado há pouco tempo por pesquisadores. Então, muita gente ainda não tem acesso à informação verdadeira”, observou enumerando a fácil digestão, baixo preço e qualidades nutricionais do ovo, como justificativas para seu emprego habitual na alimentação de pessoas de todas as idades.

Segundo o deputado, a permanência da inverdade no subconsciente coletivo talvez justifique o baixíssimo consumo de ovos no Brasil. São cerca de 160 unidades por ano por brasileiro, enquanto o japonês consome duas vezes mais (347), o norte-americano ingere 251 ovos e o alemão 226. Os dados são da USDA – United States Department of Agriculture, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

A ingestão regular de ovos contribui ainda para ajudar na perda de peso, num País como o Brasil onde o Ministério da Saúde aponta que 13% dos brasileiros são obesos e 43% estão acima do peso. “Estudos realizados por nutricionistas mostram que o consumo de ovos no café da manhã provoca maior saciedade, reduzindo a ingestão de alimentos, como biscoitos e doces, em lanches”, exemplificou Junji.

Desde 1996, relatou Junji, existe o Dia Mundial do Ovo, comemorado anualmente na segunda sexta-feira do mês de outubro. Reúne associações e indústrias de ovos de todo o mundo para divulgar aspectos nutritivos, versatilidade, simplicidade e economia dos ovos e seus derivados, além de integrar pessoas de todas as partes do planeta para um intercâmbio de informações nutricionais e receitas relacionadas ao alimento. O Dia Estadual do Ovo foi criado em São Paulo pela Lei 15.170/2013 para celebração na mesma data da referência mundial.

Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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