Política Fitossanitária

Ministro garante atenção ao problema

Em audiência com Junji e integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária, Neri Geller sugere grupo do colegiado para atuar em conjunto com ministério na gestão de defensivos agrícolas

11/06/2014


O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, comprometeu-se a intervir pessoalmente a fim de encontrar soluções para combater as sucessivas perdas registradas por produtores de hortaliças e frutas, em função das restrições impostas pelo governo quanto ao uso de determinados defensivos agrícolas. “Vira e mexe, retornamos aqui com tragédias do gênero. Tudo, porque o País carece de uma política fitossanitária eficiente. Um produto autorizado torna-se proibido, sem que seja dada qualquer alternativa aos profissionais do campo”, protestou o deputado federal Junji Abe (PSD-SP), vice-presidente da FPA – Frente Parlamentar da Agropecuária na Região Sudeste.

Na audiência nesta quarta-feira (11/06/2014), Junji relatou os maciços ataques de insetos, fungos e vírus contra plantações de hortifrútis, que ficaram vulneráveis após a proibição do uso de determinados agroquímicos. “As condições do Brasil, de país tropical, com altas temperaturas e elevada umidade relativa do ar favorecem a proliferação das pragas. Sem alternativas de proteção, os produtores perderão tudo que plantaram”, alertou.

Sensível à preocupação apresentada por Junji e outros deputados defensores do setor agrícola, o ministro sugeriu que a FPA crie um grupo de trabalho para subsidiar o Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A missão consiste na elaboração de uma proposta inovadora, capaz de conquistar as pastas da Saúde e do Meio Ambiente, assim como a Casa Civil, visando solucionar definitivamente as demandas do agronegócio, no que se refere à política fitossanitária.

Diante da sugestão do ministro, o presidente da FPA, deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS), indicou Junji para integrar o grupo, como representante oficial do colegiado. Os trabalhos serão coordenados pela Câmara Setorial da Fruticultura do Mapa.

“O equacionamento do problema passa, forçosamente, pela revisão da dinâmica no processo de registros de agrodefensivos, produtos biológicos e genéricos, inclusive os de uso veterinário, que mofam em intermináveis filas”, antecipou Junji, que também preside a Pró-Horti – Frente Parlamentar em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros e a Subleite – Subcomissão Permanente do Leite da Câmara, além de ser coordenador do Ramo Trabalho da Frencoop – Frente Parlamentar do Cooperativismo.

Pecuária
A Instrução Normativa nº 13, de 29/05/14, do Ministério da Agricultura, foi o outro alvo das atenções na audiência com o ministro Neri Geller. A norma suspende no País o uso das chamadas avermectinas de longa ação. Tratam-se de vermífugos largamente utilizados pelos criadores de bovinos. Preocupados com os efeitos da determinação sobre a saúde do gado, pecuaristas pediram a intermediação da FPA – Frente Parlamentar da Agropecuária junto ao Mapa.

O ministro esclareceu que estão proibidos apenas os produtos antiparasitários de longa ação que contenham, como princípios ativos, as lactonas macrocíclicas (avermectinas) para uso veterinário e suscetíveis de emprego na alimentação de todos os animais e insetos. Segundo ele, tal medida foi tomada em função do uso incorreto por alguns criadores, como o desrespeito ao tempo de carência entre as aplicações. Foi uma conduta preventiva para evitar que a prática inadequada colocasse em risco a saúde da classe consumidora.

Diante das ponderações dos integrantes da FPA, o ministro informou que constituirá um grupo de trabalho, formado por técnicos do Mapa e das entidades representativas da pecuária de corte. A finalidade é a elaboração de um documento que norteará uma regulamentação oficial para uso correto e legal das avermectinas.

Também participaram da audiência o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) e o ex-deputado Valdir Colatto; o assessor Técnico da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Paulo Sérgio Mustefaga; o diretor secretário da Associação dos Criadores de Mato Grosso, Francisco de Sales Manzi; e Caetano Haberli, do Instituto de Pesquisa e Estudos Setoriais, além do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, Leandro Diamantino Feijó; e do secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Caio Tibério Dornelles da Rocha – ambos do Mapa.


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Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
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