#Federal5566

Junji é indicado à comunidade nikkei

Movimento encampado pelo Bunkyo em prol da representação nikkei na política indica deputado federal, candidato à reeleição, para receber votos de nipo-brasileiros

22/09/2014


O deputado federal Junji Abe (PSD-SP) – 5566, candidato à reeleição, é um dos indicados para receber os votos da comunidade nipo-brasileira no Estado. A iniciativa partiu do movimento criado para ampliar a representação dos nikkeis na Câmara Federal e Assembleia Legislativa. “Nosso objetivo é despertar a cidadania e estimular os membros da comunidade nipo-brasileira a participar do processo de escolha dos mais preparados para o exercício da representação popular”, destaca Kiyoshi Harada, coordenador geral do encontro promovido pelo Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social), em parceria com a Associação Brasileira de Ex-Bolsistas do Gaimusho.

Passava um pouco das 8h30 da manhã deste sábado (20/09/14) quando ele abriu o evento de apresentação dos concorrentes no Pequeno Auditório do Bunkyo, no bairro da Liberdade, em São Paulo. Da primeira etapa, participaram os candidatos a deputado estadual. Os postulantes a vagas na Câmara Federal reuniram-se na segunda parte do encontro, às 11 horas.

“Somos protagonistas de um momento de alta civilidade. Agradeço profundamente os organizadores deste encontro que permite ao eleitorado analisar os candidatos, conhecer um pouco mais das suas propostas e ter elementos para fazer uma escolha consciente”, evidencia Junji, antes de responder à primeira rodada de perguntas. Com quase 40 anos de vida pública, ele já foi vereador (1973-1976), três vezes deputado estadual (1991-2000), prefeito de Mogi das Cruzes por oito anos seguidos (2001-2008), tendo estreado na Câmara dos Deputados em 2011.

Com a incumbência de apresentar Junji ao público, Nagato Hara informa que o ex-prefeito encerrou sua segunda gestão à frente da Prefeitura de Mogi das Cruzes com 86% de aprovação popular, segundo pesquisas de opinião. Além disso, foi premiado cinco vezes pelo Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo) com o título de “Prefeito Empreendedor”, porque a Cidade despontou entre as 100 mais dinâmicas do Brasil, uma das mais bem administradas do País, uma das mais promissoras para trabalhar e uma das melhores do Estado para morar.

Na Câmara Federal, prossegue Hara, Junji foi eleito pela Revista Veja como o 3º melhor deputado federal do Estado de São Paulo e o 13º mais atuante do Brasil. O desempenho resulta da qualidade dos seus projetos, apontados entre os melhores para ajudar o País a ser mais moderno e competitivo.

A primeira pergunta para Junji veio de Carlos Kendi Fukuhara, integrante da organização do evento. Ele quis saber como a comunidade nipo-brasileira poderia participar com sugestões de projetos e outras ações parlamentares. “Na realidade, a sociedade brasileira como um todo já participa diretamente dos nossos trabalhos. Para se ter ideia, mais de 60% dos 47 projetos que produzi foram elaborados a partir de sugestões das pessoas, apresentadas por e-mail ou pela redes sociais de que participo, no Twitter, como @junjiabe, ou pela página no Facebook.

Aproveitando o tempo disponível para a resposta, Junji afirma ser adepto de uma profunda reforma político-partidária, que contemple a redução do número de partidos políticos, dos atuais 32 para cinco, o fim da reeleição para cargos no Executivo – “porque o político fica mais preocupado em se reeleger do que cuidar do povo que representa” –, extensão do mandato de quatro para cinco anos, coincidência de mandatos para evitar que o País pare a cada dois anos por causa de eleições, regras claras para doações às campanhas eleitorais e implantação de eleições distritais mistas “para que o povo possa fiscalizar com eficiência e cobrar com rigor os parlamentares”.

As reformas político-partidária, tributária, previdenciária e trabalhista, entre outras medidas essenciais para melhorar a qualidade de vida do povo brasileiro, “só serão realidade com uma profunda reformulação constitucional, executada por brasileiros com elevado espírito público, despojados de ideologia partidária e fora de qualquer função pública”, como apregoa Junji.

O público do evento assumiu a responsabilidade de apresentar a segunda rodada de perguntas. A cada uma, um candidato era sorteado para responder. Rosana Takahashi quis saber o que pode ser feito para que as vítimas de possíveis erros médicos tenham a devida atenção. Escalado para a resposta, Junji diz que os casos precisam ser apreciados individualmente. “Da minha parte, defendo que os poderes constituídos atuem no sentido de aplicar as punições proporcionais à gravidade da falha cometida. O que não pode é o profissional ficar impune. Se errou, ainda que sem intenção, tem de responder pelo seu ato”.

O terceiro bloco do evento foi dedicado a perguntas dos jornalistas. Junji foi sorteado para responder à questão sobre o que pode ser feito para garantir segurança e maior qualidade de vida aos dekasseguis (descendentes de japoneses que foram trabalhar no Japão). Como presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Japão, o deputado relata que o colegiado se desdobra em gestões junto às autoridades japonesas no sentido de tentar equacionar as principais demandas dos brasileiros que ainda trabalham no Japão. “Evidente que é um trabalho árduo e demorado. Os frutos não serão colhidos de uma hora para outra”.

Segundo Junji, o grande desafio do País é evitar que a instabilidade econômica desencadeie uma nova edição do fenômeno dekassegui. “Isto aconteceu nos anos 80, por causa da escalada inflacionária, com índices de 90% a 100% ao mês, que desestruturou as atividades econômicas e fechou milhares de postos de trabalho, obrigando os descendentes a buscarem um meio de vida fora do Brasil”, aponta, defendendo as medidas necessárias para manter a estabilidade política e econômica.

Para encerrar, os organizadores do encontro propuseram o sorteio de deputados para responder perguntas da plateia enviadas por escrito. Coube a Junji responder sobre a falta de valorização do professor e os efeitos sobre a qualidade do ensino. O candidato entende ser a educação o setor prioritário para alavancar o desenvolvimento social do País, levantando uma de suas principais bandeiras – a implantação do período integral nas escolas para crianças e adolescentes, com a associação entre ensino e atividades culturais e esportivas. “O aluno teria oito horas de aula por dia e ficaria o dia inteiro na escola, longe das ruas onde estão os riscos da violência e das drogas”.

Ocorre que o sucesso do tempo integral depende da valorização dos profissionais de ensino, assim como de escolas com espaço e estrutura adequadas, como alerta Junji. Como prefeito de Mogi, por exemplo, ele criou o Cemforpe (Centro Municipal de Formação Pedagógica) para viabilizar o aperfeiçoamento contínuo dos profissionais do magistério, além de aprovar o Plano de Carreira dos educadores. “Defendo que a meritocracia volte a ser o indicador para a sociedade”, observa e compara: “Se tivermos um tapete vermelho, os primeiros a caminharem por ele precisam ser os professores”.

Ao final do evento, o mediador Harada frisa que o 3º Encontro de Candidatos Nikkeis visa chamar a atenção dos cerca de 1,8 milhão de descendentes de japoneses no Estado a fim de que façam escolhas conscientes. “Os pleiteantes que aqui compareceram têm o compromisso de exercer suas atividades no Legislativo paulista e na Câmara dos Deputados, pautados por valores morais e éticos recebidos dos seus ancestrais. Nosso objetivo é ajudar na construção de um Estado e de um País mais sério e comprometido com as necessidades da população”.

Também participaram do evento o presidente do Bunkyo, Kihatiro Kita, o vice-presidente Jorge Kuma Sototuka, demais integrantes da direção da instituição, jornalistas de veículos de comunicação da comunidade nipo-brasileira, outras lideranças classistas e candidatos nikkeis.


Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com