A melhor maneira de auxiliar o povo japonês após a devastação provocada pelo terremoto, seguido de tsunami e vazamento radioativo, é fazer doações a serem enviadas à Cruz Vermelha Internacional que já vem prestando assistência às vítimas no Japão. Esta é a conclusão tirada da audiência realizada no Itamaraty nesta quarta-feira (16/03/11), quando o ministro Francisco Mauro Brasil de Holanda, diretor do Departamento da Ásia do Leste, recebeu o deputado federal Junji Abe (DEM-SP).
Designado pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio de Aguiar Patriota, para monitorar as ações do governo brasileiro em apoio ao Japão, Holanda reafirmou a disposição do Brasil em ajudar a população japonesa a superar a tragédia que assolou o país. “Ficou evidente que o caminho mais viável para contribuir são mesmo os depósitos nas contas abertas pelas entidades nipo-brasileira”, observou o parlamentar.
Para agilizar o fluxo e utilização das contribuições recolhidas pelas entidades nipo-brasileiras por meio das contas bancárias abertas no Brasil, as autoridades japonesas recomendam o depósito para a Cruz Vermelha Internacional no Japão (The Japanese Red Cross Society), sediada em Tóquio, que mantém movimentação financeira no Sumitomo Mitsui Banking Corporation – branch Ginza, conta nº 8047705 (ordinary account), swift code SMBC JP JT, endereço 1-1-3 Shiba-Daimon Minato-Ku, Tokyo/Japan.
Junji e o deputado Walter Ihoshi (DEM-SP), que também participou da reunião com o ministro, ficaram encarregados de transmitir às instituições nipo-brasileiras as orientações para a remessa dos valores arrecadados. De acordo com Junji, as entidades deverão solicitar que os bancos brasileiros, onde abriram as contas para receber doações, providenciem a remessa dos recursos à agência japonesa da Cruz Vermelha Internacional.
Considerando a falta generalizada de mantimentos e agasalhos nas cidades japonesas mais afetadas pela catástrofe, os deputados cogitaram a remessa desses itens. Ihoshi contou que havia empresários dispostos a cederem aviões para o transporte dos recursos. Contudo, o ministro ponderou que a alternativa poderia causar mais transtornos ao Japão em razão da destruição de grande parte da infra-estrutura para deslocamentos.
“Trens parados, rodovias interditadas, portos danificados e a delimitação de zona de exclusão aérea por causa da radioatividade. Não há logística de distribuição para as mercadorias”, resumiu Junji, acrescentando que, no caso de alimentos, haveria o entrave adicional das rigorosas barreiras fitossanitárias vigentes no Japão.
Diante da situação, frisou Junji, a opção adequada de assistência é a remessa dos recursos financeiros vindos das contribuições feitas pelos brasileiros. Ele reforçou o apelo para que “todos, independente de quantia, ajudem depositando nas contas abertas pelas entidades nipo-brasileiras”. Além da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social (Bunkyo), outras instituições mantêm contas ativas para arrecadar doações (veja lista).
No encontro, Holanda reiterou que o Itamaraty disponibiliza um serviço para fornecer informações. O NAB – Núcleo de Atendimento a Brasileiros, que está em contato com a rede consular no Japão, colocou linhas de atendimento ao público: (61) 3411-6752/6753/8804 (das 8h às 20h) e (61) 3411-6456 (das 20h às 8h e finais de semana). Consultas também poderão ser dirigidas ao endereço eletrônico DAC@itamaraty.gov.br.
O ministro disse ainda que a embaixada do Brasil em Tóquio vem trabalhando em regime de plantão 24 horas e solicita que os pedidos de informação sejam endereçados a comunidade@brasemb.or.jp, já que há dificuldades de comunicação por telefone.
Assistência
A movimentação do deputado federal Junji Abe (DEM-SP) para contribuir com o povo japonês vitimado pela sucessão de tragédias – terremoto, tsunami e radiação das usinas nucleares – começou nas primeiras horas da manhã de sexta-feira (11/03/11), quando surgiu a notícia. Além de manter contato com diversos dirigentes de entidades nipo-brasileiras para obter informações e colocar-se à disposição, ele falou com o ministro da Defesa e Brigadeiro do Ar, Juniti Saito.
O ministro garantiu a Junj que, se necessário, providenciaria o traslado de médicos e estagiários até o Japão para prestar socorro às vítimas do terremoto. Voluntários estão a postos para a viagem. Eles integram a Abeuni – Aliança Beneficente Universitária de São Paulo.
Na segunda-feira (14/03/11), Junji e parlamentares paulistas das três esferas – federal, estadual e municipal – reuniram-se com o cônsul geral do Japão em São Paulo, Kazuaki Obe, para, igualmente, colocarem-se à disposição do governo japonês visando auxiliar no que for necessário, além de “estabelecer a ponte” com as instituições da comunidade nipo-brasileira.
Junji e os outros quatro parlamentares descendentes de japoneses que integram o Grupo Parlamentar Brasil-Japão também estiveram com o embaixador do Japão no Brasil, Akira Miwa. No encontro, realizado nesta terça-feira, o embaixador destacou que o maior desafio da atualidade é elevar a auto-estima do povo japonês, brutalmente traumatizado com a sucessão de tragédias desencadeadas pelo terremoto e pouco crédulo na recuperação do Japão, por causa dos tremores que ainda persistem.
Poucas horas antes, Junji fizera um pronunciamento na tribuna da Câmara Federal, apelando para que todos depositassem contribuições de qualquer valor. |
