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Engenharia de Tráfego

  Lideranças expressam revolta
Junji diz que opções de trajeto dadas pela CET para os caminhões de perecíveis aumentam percurso em mais de 100 quilômetros e descarta uso de veículos menores
21/12/2011 Enviar por e-mail Versão para Impressão acessos
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Junji: “Exceto que você consiga mudar os horários habituais do consumidor final, a cadeia produtiva não tem como ajustar nada"
 
O clima de tensão tomou conta da segunda reunião técnica na Secretaria Municipal de Transportes de São Paulo, nesta quarta-feira (21/12/2011). Foi desencadeado pela afirmação do diretor de Planejamento e Educação da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego, Irineu Gnecco Filho, de que as cadeias produtivas do agronegócio deveriam se ajustar para transportar as mercadorias nos horários livres de restrição ao tráfego pesado nas vias paulistanas.

“Exceto que você consiga mudar os horários habituais do consumidor final, a cadeia produtiva não tem como ajustar nada”, despachou o deputado federal Junji Abe (PSD-SP), explicando que o consumidor tem hábitos históricos para comprar e vai ao supermercado, feira, quitanda, peixaria e outros pontos de venda nos horários que adotou como tradicionais.

Logo, completou o deputado, os varejistas procuram os atacadistas antes do período de chegada dos compradores. “O comércio no atacado, por sua vez, tem de receber as mercadorias do produtor ou do transportador a tempo para atender sua clientela. O produtor acorda de madrugada para preparar sua carga e garantir que cheguem às centrais de distribuição nas horas apropriadas”.

Ao detalhar o funcionamento do mercado, Junji exemplificou relatando o drama vivido pelos feirantes que chegam à Ceagesp por volta das 15 horas, após a feira, para comprar e abastecer suas barracas no dia seguinte. “Terminam as compras após as 16 horas. Pronto, não podem voltar, porque já começou o horário de restrição ao tráfego de caminhões. E aí? Vão esperar até depois das 22 horas para sair?”, questionou, assinalando que não chegarão a tempo, com as mercadorias, para vender na feira do dia seguinte.

De acordo com Junji, a principal agravante da proibição ao tráfego de caminhões ao longo da maior parte das 24 horas do dia: o total comprometimento da qualidade dos produtos altamente perecíveis, como hortaliças e pescados. “São itens que não resistem ao longo período entre a entrega e a venda, o que amplia estrondosamente os desperdícios de mercadorias e os prejuízos do setor”, justificou e adicionou que os transportadores têm de obedecer aos horários de carga e descarga nos locais de destino, complicando ainda mais a logística de distribuição dos produtos.

Embora flores e plantas ornamentais não façam parte das cadeias produtivas de alimentos, também são produtos perecíveis. Para a surpresa geral dos técnicos da Secretaria, Junji relatou que as restrições impostas ao trânsito de caminhões na Capital afetam as condições operacionais na Ceagesp, impedindo a comercialização de muitos produtos.

A falta de espaço na Ceagesp obrigou o uso compartilhado de determinadas áreas do entreposto para a comercialização de diferentes produtos. É o caso das flores e plantas ornamentais, vendidas às segundas, terças, quintas e sextas-feiras. “Quando dá meio-dia, os comerciantes começam desocupar as dependências para dar lugar aos hortifrútis e outras culturas”, esclareceu, sublinhando que os caminhões não conseguirão deixar o local e utilizar as vias restritas antes das 16 horas, quando recomeça a proibição ao tráfego pesado.

Ricardo Laiza, superintendente de Planejamento da CET, disse que havia opções de trajeto para os caminhões de perecíveis atingirem os principais pontos de distribuição. Mostrando no mapa as vias sem restrições de circulação ao tráfego pesado, o técnico sofreu o bombardeio de protestos das lideranças do agronegócio.
Junji foi enfático: “As alternativas que os senhores estão apontando são o cúmulo da inviabilidade. Basta ver o traçado no mapa. É preciso cortar São Paulo inteira para chegar ao destino”. O deputado pontuou que chamadas opções de tráfego acrescem mais de 100 quilômetros ao percurso.

Os conflitos cresceram ainda mais quando os técnicos sugeriram que os caminhões fossem substituídos por veículos menores, isentos da proibição de circulação. De pronto, o deputado classificou a ideia como “absurda”. Ele apontou que a medida seria sinônimo de falência para a maioria dos atores das cadeias produtivas de hortifrutiflorigranjeiros, porque seria preciso comprar três veículos e contratar mais dois motoristas para transportar a carga de um único caminhão.

A cogitada substituição de caminhões por veículos menores já é inviável para o setor produtivo no Estado de São Paulo e seria “mortal” para quem vem de outros pontos do Brasil. “Os custos com transporte já são altíssimos. Não haveria como absorver tamanha despesa, além de ser uma logística irracional”, criticou Junji, lembrando que a Ceagesp atende grandes cadeias de distribuidores dos mais diversos pontos do País.

Junji observou que os compradores de outros estados já operam com a margem de um dia entre a compra e a entrega aos pontos de venda. Carregam os caminhões a partir das 10 horas, mas não conseguirão sair do complexo antes do início do horário de restrição ao tráfego, como advertiu ele, ponderando que a “espera forçada” ocasionará grande perda de mercadorias. “Consumidores de outros pontos do País não tem, como os paulistas, o privilégio de comprar produtos saídos do campo no mesmo dia”, comentou.

Revoltadas, as lideranças participantes apontaram que produtores, feirantes e transportadores, sequer, conseguiam fazer o exigido cadastro para circulação dos caminhões nos horários livres de restrição. “Estamos falando de muita gente simples. Muitos moram na roça, nunca mexeram num computador e nem sabem o que é internet”, pontuou Junji, criticando o “lento, impróprio e burocrático sistema de cadastramento”.

Inicialmente, apenas os caminhões com placas de São Paulo poderiam transitar nos horários livres das vias restritas. Entretanto, deveriam estar cadastrados. “Felizmente, os técnicos reconheceram que a Capital não produz um único item agrícola. Depende de outros polos paulistas, assim como os outros estados dependem do Estado de São Paulo para o abastecimento”, pontuou, ao comentar que os veículos de todas as localidades podem circular nas vias paulistanas regulamentadas com a proibição. Desde que tenham cadastro.

Os técnicos reconheceram as falhas do sistema de cadastramento e informaram que a Prodam – Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo trabalha no desenvolvimento de um programa para simplificar o processo. “Então, a proibição ao tráfego de caminhões nem pode entrar em vigor, por falta de condições operacionais para o cadastro”, disparou Junji.

Entre os técnicos da Secretaria Municipal de Transportes também estavam o diretor de Operações da CET, Eduardo Macabelli, e Luis Gregório, do Departamento de Logística e Estudos de Tráfego. Ao lado de Junji, participaram das reuniões os presidentes da Sindivapa – Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Vale do Paraíba e Litoral Norte, Laercio Lourenço, do Sindicato dos Feirantes de São Paulo, José Torres Gonçalves, da Associação dos Feirantes de São Paulo, Mitsuo Kotsubo, do Sindicato Rural de São Paulo, Yuchi Ide, e do Sindicato Rural de Ibiuna, Maurício Shiguenori Tachibana, também representando a Faesp – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, além de Rogério Hisahiro Inoue, representante do Sincaesp –Sindicato dos Permissionários em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo, e dos diretores dos Sindicatos Rurais de Mogi das Cruzes, Minoru Mori, e de São Paulo, Yuji Yamagami.

Leia também sobre a audiência com o secretário municipal de Transportes e a comissão de lideranças.
Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com
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