Quem sou eu Artigos Fotos com o deputado Deu na Imprensa Notícias Fale com o Junji Fale com o Junji
   
   
   
 
E-mail:
 
 
 

Vale do Paraíba

  Bases pró-causa agrícola
Em reunião com lideranças e produtores rurais, deputado diz que é preciso "garimpar apoios" junto aos elos da cadeia produtiva e fortalecer união de entidades para sensibilizar governo
11/12/2012 Enviar por e-mail Versão para Impressão acessos
1476
Junji fala à plateia de lideranças e produtores rurais: "Vamos sair garimpando apoios”
 
O sistemático desapreço do poder público pela agropecuária, a inoperância do Ministério da Agricultura, a minguada representação paulista da classe no Congresso Nacional, a crescente indiferença da população urbana, inclusive a mídia, em relação aos problemas enfrentados no campo e a desarticulação das ações desenvolvidas pelas entidades representativas, em contraste com a orquestrada atuação de organizações internacionais para frear os avanços do agronegócio brasileiro, são os principais entraves a serem superados pelo setor para receber “a mínima atenção” do governo federal.

Essa avaliação do deputado federal Junji Abe (PSD-SP) teve o efeito de gás paralisante sobre parte da plateia de produtores e lideranças agrícolas, reunidos na Assivarp – Associação dos Sindicatos Rurais do Vale do Paraíba e entidades cooperativadas paulistas, que esperava ouvir do político promessas de soluções para o drama vivido pela pecuária leiteira da Região.

“Uma andorinha só não faz verão e um deputado sozinho, sem o maciço respaldo das bases, está fadado a discursar em vão”, arremessou Junji, com uma franqueza que deixou boquiaberto o público da reunião realizada em Taubaté, nesta segunda-feira (10/12/12). Antes de descrever os pontos apontados como obstáculos ao atendimento governamental para as reivindicações do setor, o deputado clamou por maior participação das bases no processo de reversão do quadro.

Segundo Junji, “já passou da hora de cada um contribuir para garimpar apoios” junto aos atores dos demais elos da cadeia produtiva e cobrar de suas entidades representativas em níveis estadual e nacional a adequada sintonia. “A ordem geral é sensibilizar as pessoas para as causas do campo. O consumidor não percebe que tem seu leitinho, sua saladinha, tudo que come, porque os produtores trabalham sob sol e tempestades, sem qualquer ajuda, para matar a fome do planeta”.

Com histórico de produtor rural, nascido no campo, com mais de 35 anos de atuação como líder rural e ex-deputado estadual, por três mandatos, que comandou a Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembleia Legislativa de São Paulo por uma década, Junji tem conhecimento e moral para falar sobre as agruras do setor agrícola. Na Câmara Federal, ele idealizou e preside a inédita Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiro, além de integrar todos os outros colegiados da Casa relacionados à produção de alimentos.

O tema central da reunião era a 1ª Conferência Nacional do Leite, realizada no mês passado (06 a 08/11), quando foi apresentado o balanço elaborado pelos representantes da cadeia produtiva que participaram do megaevento. O documento incluiu as medidas cobradas por Junji para socorrer os míni, pequenos e médios produtores de leite, assim como os da agricultura familiar, do Vale do Paraíba, a maior bacia leiteira paulista.

O documento deverá ser avaliado pelo governo federal. 12 propostas são consideradas prioritárias, inclusive, as reivindicadas por Junji para garantir a sobrevivência dos pequenos produtores, ameaçados de falência em razão da concorrência desleal com leite e derivados importados, em grande volume, de países que proporcionam fartos subsídios ao setor agrícola.

A conferência foi promovida pela Subleite – Subcomissão Permanente destinada a acompanhar, avaliar e propor medidas sobre a produção de leite no mercado nacional, que é presidida pelo deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) e está vinculada à Capadr – Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural da Câmara. Junji é membro titular de ambas e havia conseguido o respaldo dos colegiados para a mobilização em defesa dos produtores do Vale do Paraíba.

No encerramento do evento, os ministros da Agricultura e Pecuária, Mendes Ribeiro Filho, e do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, comprometeram-se a trabalhar em conjunto para viabilizar o atendimento às ações reivindicadas pelo setor leiteiro. O assunto foi detalhado pelo presidente da Assivarp, Wander Carvalho Bastos, que agradeceu e elogiou os esforços de Junji.

Na visão do deputado, contudo, que é fundamental “manter firme a pressão” sobre os órgãos governamentais para garantir acolhida à proposta de defesa comercial, elencada como prioritária.Os produtores brasileiros vêm sendo esmagados pelas importações desenfreadas de produtos lácteos, como soro e leite em pó, vindos de países que subsidiam e muito o setor leiteiro, como lembrou Junji. “Não bastasse, a ausência de fiscalização fitossanitária coloca no Brasil itens de qualidade duvidosa, numa flagrante ameaça à saúde pública”, considerou.

O alerta vermelho do deputado para as ações dos órgãos governamentais se deve à situação econômica nacional. “É pouco provável que o governo adote medidas efetivas para combater as importações, por temer interferência negativa com o xodó do poder público chamado montadoras”, avisou Junji, ao criticar o modelo equivocado de desenvolvimento brasileiro, calcado na produção de carros como sinônimo de geração de empregos e renda.

O parlamentar chamou atenção para o desequilíbrio da balança comercial, por conta do crescimento zero das exportações. O quadro leva o governo a incentivar o consumo interno. Daí, completou ele, a redução tributária que contempla eletrodomésticos e veículos. “Tentar manter a economia estável é o foco da presidente Dilma Rousseff. Ela sabe que precisa segurar o nível de emprego. Caso contrário, sua popularidade desaba”.

Representação deficiente
O sistema político-partidário nacional deu o tom de novas críticas do deputado federal Junji Abe no atendimento às necessidades prementes do agronegócio. Ele disse que os critérios técnicos na composição dos ministérios foram abandonados, em detrimento da qualidade da atuação, para contemplar partidos parceiros na disputa eleitoral. “Ainda que o titular da Pasta tenha conhecimento técnico, os demais são indicações partidárias. Resultado: as ações são ineficientes e até contrárias ao bem-estar do setor”, apontou, citando como exemplo o que ocorre no Ministério da Agricultura e Pecuária .

Considerando que o Brasil tem mais de 30 partidos políticos, a atribuição do comando dos ministérios às legendas da base de sustentação do governo deixa áreas de extrema importância, como a agricultura, desprovidas de atendimento, como avaliou Junji. Ele defende a reformulação do sistema político-partidário, com a redução do número de siglas para, no máximo, cinco; a coincidência das eleições em todos os níveis para evitar que o País pare a cada dois anos, a extensão dos mandatos de quatro para cinco anos; voto distrital misto; e o fim da reeleição para cargos no Executivo nas três esferas; entre outros pontos.

Junji também foi direto em escancarar a falta de representação política do agronegócio paulista no Congresso Nacional. “A categoria precisa se unir para eleger um grupo de parlamentares que será o braço político do campo. Os demais estados têm excelentes representantes da agropecuária. São Paulo tem congressistas que defendem as mais variadas causas e pouquíssimos que lutam pelo setor agrícola”, catalogou, ao destacar a peleja com o novo Código Florestal, legislação que penalizará em cheio os míni, pequenos e médios produtores que, há séculos, produzem em áreas no entorno de cursos d’água, sem causar qualquer dano ambiental.

Como não existe voto distrital, na hora de buscar votos, o político concentra-se na zona urbana, onde está a maior densidade de eleitores. “E assume as causas que a população urbana elege como prioritárias. Até porque, ela desconhece a importância da agricultura para sua própria sobrevivência. Se o campo não fizer seus representantes, o quadro permanecerá como está: sem defesa das questões agrícolas no Estado de São Paulo”, advertiu Junji. Ele comentou que a própria mídia confirma a desatenção com o setor agrícola. “Nossos problemas só viram notícia se a gente joga leite ou distribui alface na Avenida Paulista. Mesmo assim, num só dia”, acrescentou e ponderou que, depois, o assunto é enterrado.

“Falta mobilização do setor agrícola para fazer valer sua importância para a vida no planeta”, disparou Junji. Ele conclamou produtores e lideranças rurais a envolverem as pessoas do seu convívio com os dramas vividos no setor. “Não só seus trabalhadores, mas o dono da quitanda que compra seus produtos, o transportador, o vendedor de embalagem. Vamos sair garimpando apoios”, sugeriu, recebendo sonoros aplausos do público da reunião na Assivarp.

O deputado ponderou que conhece as dificuldades dos produtores e líderes rurais para deflagrarem um movimento nacional aos moldes dos promovidos por entidades sindicais de trabalhadores. “Sei bem da falta de tempo e de dinheiro. O pequeno produtor vai para o campo, vende, faz sua contabilidade e toca seu negócio”, descreveu, ao propor que a mobilização seja efetivada junto às pessoas do convívio pessoal e profissional.

Para evidenciar seu raciocínio, Junji citou a fala de um monge budista no culto em ação de graças às aves, realizado na Granja Saito, em Ibiúna. Diante dos trabalhadores rurais, o religioso disse que todos deveriam respeitar as aves, acima dos outros seres, inclusive os donos do estabelecimento. “São elas que garantem seu ganha-pão”, reproduziu. Com o relato, o deputado disse que os produtores precisam difundir o conceito de honrar os frutos do seu trabalho, em nome do fortalecimento do setor agrícola.

Lembrando que as instituições agrícolas patronais não recebem fartas contribuições federais, como ocorre com as centrais trabalhistas, Junji defendeu maior entrosamento das organizações representativas paulistas com a entidade máxima do setor no País, que é a CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. “Precisamos nos articular mais e melhor para que as ações tenham efeito prático e para compensar a falta de representação de São Paulo no Parlamento”, recomendou, enfatizando que o trabalho tem de estar acima de vaidades pessoais.

Muito elogiado por lideranças que já o conheciam e muito aplaudido por pessoas que nunca haviam conversado com ele, Junji saiu da reunião com a certeza de haver atingido o propósito da sua participação em Taubaté: conscientizar as bases para fortalecer a defesa do agronegócio paulista no cenário nacional.

O apelo para acudir os produtores de leite e derivados havia chegado a Junji por meio das instituições classistas do Vale do Paraíba reunidas na Assivarp. São os sindicatos rurais de Jacareí, Santa Branca, São José dos Campos, Monteiro Lobato, São Bento do Sapucaí, Paraibuna, Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba, Guaratinguetá, Lorena, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Queluz, Bananal, Areias, Silveiras e São José do Barreiro, além das cooperativas de laticínios Cooper, de São José dos Campos; Comevap, do Médio Vale do Paraíba; Serramar, de Guaratinguetá; de Santa Isabel, de Cachoeira Paulista e de Lorena.

Também participaram da reunião em Taubaté o presidente do Sindicato Rural local, Ricardo Araújo Barbosa; Thiers Fortes, coordenador da Assivarp; o vice-presidente e o presidente da Comissão de Leite da Faesp – Federação da Agricultura do Estado de São Paulo, Paulo Turcci e Pedro Nelson Lemos, respectivamente; os diretores das Catis – Coordenadorias de Assistência Técnica Integral, Jovino Paulo Ferreira Neto, de Guaratinguetá, e Paulo Queiroz, de Pindamonhangaba, que representaram a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento.

Marcaram presença na reunião os presidentes dos Sindicatos Rurais de Caçapava, Evelio Santos Sanches; de Paraibuna, Clovis Barbosa; de Silveiras, Décio Benedito; de São José do Barreiro, Paulo César; e de Monteiro Lobato, Carlos Renato Prince – também vereador eleito pelo PMDB; além do ex-prefeito e vereador de Taubaté, Mário Ortiz (PSD); João Salles, diretor do Sindicato Rural de Caçapava; Sandra Regina, assessora de Agronegócio da Prefeitura de Redenção da Serra; e Pedro Aldo Amadei Junior, diretor de Agricultura da Prefeitura de Pindamonhangaba, entre outras lideranças e produtores rurais.
Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com
Enviar por e-mail Versão para Impressão   Ler mais notícias
 

   



 
 
JUNJI ABE  |  NOTÍCIAS  |  ARTIGOS  |  IMPRENSA  |  GALERIA  |  Todos os direitos reservados © Junji Abe 2011  | Login


Correspondência: Av. Fausta Duarte de Araújo, nº 145 - CEP: 08730-130 - Jd. Santista - Mogi das Cruzes - SP   |   Telefone: (11) 4721-2001   |   E-mail: contato@junjiabe.com