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Produção Ameaçada

  Medidas urgentes e eficazes
Em debate na Comissão de Agricultura para tratar do combate à devastadora Helicoverpa armigera, Junji denuncia morosidade e descaso do governo na busca de soluções
28/03/2014 Enviar por e-mail Versão para Impressão acessos
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Junji: “Não podemos continuar de cócoras para um mal deste porte. É vital que os especialistas se debrucem sobre o tema para encontrar soluções”
 
Uma lagarta chamada Helicoverpa armigera assume o posto de inimiga número um das lavouras. Reconhecida no Brasil no ano passado, a praga é devastadora. Não se sabe de onde veio, mas sabe-se bem o que ela pode provocar. Em 2013, fez a agricultura brasileira perder mais de R$ 2 bilhões, atacando a soja, o milho, o algodão e o feijão. “Não podemos continuar de cócoras para um mal deste porte. É vital que os especialistas se debrucem sobre o tema para encontrar soluções”, cobrou o deputado federal Junji Abe (PSD-SP), durante debate promovido pela Capadr – Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural.

O combate a essa praga foi o foco da audiência pública, nesta quinta-feira (27/03/2014), com representantes da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. A pior parte do debate é que os especialistas divergem sobre como enfrentar a lagarta.

A principal polêmica é um defensivo chamado benzoato de emamectina, que chegou a ter sua importação autorizada para uso emergencial. Porém, em alguns casos, teve a utilização interditada pela Justiça após ação do Ministério Público, com base em uma norma sanitária de 1934 (Decreto 24.114/34, Regulamento de Defesa Sanitária Vegetal). Nos Estados Unidos, atualmente o uso do composto é bastante restrito. Apesar das restrições, a substância tem uso autorizado na Europa, Japão, Austrália e Canadá.

A gerente-geral de Toxicologia da Anvisa, Ana Maria Vekic, disse que estudos de médio prazo apontam que o benzoato provoca problemas neurológicos em quem o aplica na lavoura. "A gente já observou degenerações no sistema nervoso central e no sistema nervoso periférico nos estudos agudos, coisa que não é comum. Então qualquer dose a que o aplicador do produto estiver exposto, ele estará correndo um sério risco".

O diretor de Qualidade Ambiental do Ibama, Márcio Rosa Rodrigues de Freitas, também condena o benzoato sob o aspecto ambiental. "É um produto que está em reavaliação nos Estados Unidos. Uma das questões que eles colocam é justamente a ausência da avaliação de risco que não foi feito na época do registro em 2002, do ponto de vista ambiental."

“Os fatos que massacram o agronegócio, principal sustentáculo da economia nacional, escancaram o colapso da política fitossanitária no Brasil, evidenciando o desleixo governamental com a atividade agrícola”, reclamou Junji. Para ele, falta às autoridades competentes o necessário empenho na busca de soluções viáveis no combate à praga.

O representante da Abapa – Associação Baiana de Produtores de Algodão, Júlio Cesar Busatto, atestou que, na safra 2013/2014, as aplicações para combate à praga aumentarão os custos da agricultura em R$ 600 milhões, que vão recair sobre o consumidor. "Por exemplo, na Bahia levamos um prejuízo de mais de R$ 2 bilhões na última safra. Neste ano, nós tivemos lucro e diminuímos o prejuízo e agora estamos pagando uma conta de R$ 1 bilhão. Então não pode mais o produtor ficar nessa queda de braço aqui, mais de um ano e meio, com decisões que são fragilizadas", relatou, recebendo a solidariedade de Junji.

Há uma carga de benzoato interditada na Bahia. Já no Mato Grosso, 51 produtores conseguiram a liberação do Ministério da Agricultura e em breve vão poder usar o benzoato. “Não dá para entender os critérios que regem a autorização do produto para uma localidade e o veto para outra. Tem algo muito errado quando começam a sair decisões com dois pesos e duas medidas”, criticou Junji, que também preside a Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros. .

Na avaliação dos especialistas, o combate à praga da helicoverpa armigera é uma corrida contra o tempo. A lagarta tem alta capacidade de reprodução, rápido desenvolvimento e, ao chegar ao Brasil, encontrou um clima favorável. Quando vira mariposa, pode voar 10 quilômetros de uma vez e é rápida: atinge 21 km/h. Ela pode voar até 1.000 quilômetros em voos migratórios.

O assessor da Embrapa, Paulo Roberto Galerani, afirmou que o desespero dos agricultores diante da nova praga mobilizou as atenções para o benzoato. Mas, segundo ele, existem dezenas de produtos menos agressivos que cumprem a mesma função. “Então, precisamos regulamentar o uso das substâncias corretas. Não entendo por que nossa principal instituição de pesquisa agropecuária é deixada à margem em questões graves como essa”, vociferou Junji, alertando que a utilização de compostos não recomendados tende a aumentar a resistência da praga para outros defensivos.

Para completar o rol de situações inexplicáveis, emendou Junji, a Embrapa não recebeu autorização para testar o benzoato de emamectina. “Alguém parece estar brincando com os produtores brasileiros”, protestou. O produto continua apenas a ser usado em caráter emergencial. O Ministério Público tem barrado o uso emergencial do benzoato porque o marco legal fitossanitário do Brasil é de 1934, um decreto de Getúlio Vargas.

Ações do governo
O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Pacifici Rangel, afirma que a pasta vem elaborando um projeto que atualiza as normas fitossanitárias. "O Ministério da Agricultura fez um trabalho muito profundo de análise e nivelamento internacional desse novo marco legal. A proposta, agora, virá para a Câmara. Está na hora de a gente agilizar e publicar um marco que seja mais adequado ao que a agricultura precisa".

Segundo a Embrapa, que faz o trabalho de monitoramento de pragas, outras 150 pragas que não chegaram ao Brasil têm possibilidades de chegar. Dez delas estão bem perto disso. “Mais uma razão para vencer a lerdeza implantar uma política fitossanitária decente”, cobrou Junji.

O evento foi requisitado pelo deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE). Ele citou notícia divulgada pela Agência Reuters, no dia 21 de novembro de 2013. Segundo a matéria, intitulada “Agricultores do Brasil se preparam para batalha contra praga exótica”, a lagarta ameaça impor prejuízos bilionários às lavouras do País.
Mais informações:

Mel Tominaga
Jornalista – MTB 21.286
Tels: (11) 99266-7924 e (11) 4721-2001
E-mail: mel.tominaga@junjiabe.com
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