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Guerreiras ao extremo
Sexta-feira, 05 de Fevereiro de 2021 Enviar por e-mail Versão para Impressão acessos
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Seria redundante exaltar a transcendental importância da mulher no contexto familiar e na sociedade como um todo. Sou o que sou, graças à educação, exemplos e orientações que recebi das avós paterna e materna e da minha querida e saudosa mamãe. Não é privilégio meu, mas de todos. Mesmo assim, as personalidades masculinas ganham colossal destaque na história do Brasil em relação às femininas. Isso ocorre apesar de a projeção do censo demográfico (2019) indicar que as mulheres representam 51,8% da população, enquanto os homens, 48,2%. A disparidade fica ainda mais evidente nos resultados das eleições municipais de 2020. Do total de 5.570 municípios brasileiros, 11,8% elegeram prefeitas – apenas 657, ante 4.913 prefeitos.

Vejo isso como um enorme prejuízo. É notório o desempenho das mulheres no comando dos poderes públicos. Em prefeituras governadas por mulheres, é comum constatar a evolução social da comunidade, com redução da desigualdade, a partir de políticas públicas focadas nas classes menos favorecidas, dentre uma série de ações mais sensíveis.

No cenário mundial, houve e há demonstrações inequívocas de competência, sensibilidade, dedicação e lealdade aos princípios éticos e morais, vindas de ilustres personalidades, como as primeiras-ministras Indira Gandhi (Índia, 1966/1977-1980/1984), Golda Meir (Israel, 1969/1974), Margaret Thatcher (Inglaterra, 1979/1990) e Angela Merkel (Alemanha, desde 2005).

No panorama nacional, destaco a decisão da prefeita de Juiz de Fora (MG), Margarida Salomão (PT), que escolheu mulheres para comandar metade das 20 secretarias municipais. Foi uma legítima conquista de paridade, pouco vista na política brasileira. Creio que a medida reflita lutas históricas dos movimentos feministas por representação política.

Sociólogos e cientistas políticos defendem que a paridade de gênero nos cargos públicos de primeiro escalão do poder executivo deveria ser um padrão constitucional e não algo extraordinário.

Em estudo realizado em 2019 pela ONU Mulheres e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, o Brasil ficou entre os piores países latino-americanos no que diz respeito aos direitos políticos das mulheres e à paridade de gênero na política. Ficamos vergonhosamente em 9º lugar entre 11 países.

A adoção, por força de lei, da paridade de gênero na política, em todos os níveis, embasa-se em justificativas irremovíveis. Trata-se de um princípio fundamental para a democracia garantir que as mulheres ocupem espaços e poder de decisão. Basta verificar que elas correspondem a 70% dos usuários da atenção básica do SUS, segundo Pesquisa Nacional de Saúde (2019). Na área educacional, as mulheres envolvidas na política apresentam maior sensibilidade para apresentar soluções, visto ainda serem as principais responsáveis pelo cuidado com os filhos. Em relação à violência doméstica, da qual são as principais vítimas, destacam-se com a indicação de alternativas positivas. Aumentar a participação das mulheres na política é combater o estereótipo de gênero, considerando que a ausência ou presença mínima de figuras femininas com poder de decisão reforça a regra machista de que “política não é lugar de mulher”.

Evidencio a paridade de gênero nas secretarias municipais para impulsionar a participação das mulheres na política. De um lado, é um meio de elas ganharem visibilidade para eventuais candidaturas às eleições, se assim desejarem. De outro, incentiva mais mulheres a se engajarem na política partidária para futuras disputas eleitorais.

Conclamo a sociedade civil para se organizar no sentido de garantir formação, qualificação e investimentos nas candidaturas de mulheres para que possam enfrentar as eleições, aperfeiçoando e ampliando os mecanismos legais já existentes, apesar de tímidos: cotas de 30% de vagas que o partido político deve garantir às mulheres, como também 5% dos recursos financeiros e reserva de 30% do Fundo Partidário. Acredito piamente que vamos avançar e melhorar a paridade de gênero na política, porque, acima de tudo, as mulheres são guerreiras ao extremo!

Junji Abe, produtor e líder rural, é ex-prefeito de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo
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